Revista Betel: Lição 1: A Igreja e o Plano Divino 07/04/2019. Igreja, povo escolhido e nomeado por Deus
LIÇÃO 1: A IGREJA E O PLANO DIVINO
Que o Senhor nos ajude a sermos a Igreja que Ele está edificando, lavada, remida pelo sangue de nosso Amado Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Noiva que anseia desesperadamente pela volta do Noivo. Aquela sem mácula, nem ruga, nem coisa alguma que nos contamine. Antes, remindo o tempo, falando a respeito do chamamento celeste a um retorno para Deus. Deus deseja levar muitos filhos à glória. Que o nosso coração possa corresponder a esse chamado. Que o nosso coração se entregue totalmente a Deus e à sua obra: falar das maravilhas para nós preparadas. O melhor de Deus para nós foi enviado ao mundo como ovelha para o matadouro. Após sua morte, ele foi ressuscitado, entronizado nos céus, glorificado, assentou-se à direita do Pai nas Alturas e, hoje, ainda intercede por nós, como o Advogado Fiel que sentiu as mesmas misérias humanas. Ele foi contado com os pecadores, mas não pecou. Deu-nos o exemplo de obediência, humildade, amor e serviço. Andava dias a fio para buscar uma alma, porquanto sabia o seu valor. Cada milagre que Jesus realizou na terra é um testemunho vivo de sua origem divina.
Que Deus nos ajude a sermos luz na terra entre os homens. Que o Senhor nos ajude a darmos verdadeiros testemunhos como um povo zeloso e de boas obras. Paulo diz a Tito que Jesus Cristo "se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso, de boas obras' (Tt 2.14). Nosso zelo deve nos fazer guardar os seus mandamentos a fim de praticar e admoestar os irmãos a que não se desviem do Caminho que é Cristo. E as nossas obras devem revelar que aprendemos com ele, porque, como Paulo continua falando a Tito: muitos "confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com suas obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra" (Tt 1.16). Deus não quer pessoas que cantem bem, falem bem e falem em línguas estranhas. Deus quer um povo que possa revelá-Lo não apenas com suas palavras, mas também com suas obras, porque as nossas obras falam de QUEM somos. Deus quer um povo que deixe que o Espírito Santo derrame sobre ele a Paz, o Amor, o Gozo, fazendo com que esse povo se torne cheio de Longanimidade, Benignidade e Bondade para com todos, e que seja cheio de Fé, Mansidão e Temperança, porque contra essas coisas não há lei. (Gl 5.22,23). Sejamos a IGREJA que o Senhor Jesus está edificando.
Deus abençoe a sua vida.
Antes de mais nada, gostaria de dizer que não farei comentários sobre comentários já previamente colocados na revista, mas biblicamente, buscarei lançar luz em algumas afirmações, a fim de compartilhar com demais professores da Escola Bíblica Dominical [embora nem todas as revistas, infelizmente, têm trazido ensinos 'bíblicos' no sentido estrito da palavra] o que o Espírito Santo nos ensina em relação a esse tema tão mal compreendido e tão mal utilizado em nossos dias. Tenho em meu coração grande tristeza porque muitos dos que escrevem as lições para serem ministradas nas reuniões da Igreja do Senhor Jesus "detêm a verdade em injustiça" e o seu coração "insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos" (Rm 1.18, 21,22). Trazem sabedoria humana, conhecimentos seculares e usam versículos para ilustrar o que dizem e muitas vezes promovem heresias, ao invés de conhecimento genuíno da Palavra. Mas que, nestas lições, possamos 'peneirar' a fim de encontrarmos algo que realmente alimenta as almas sedentas pela Palavra de Deus, promovendo o crescimento e a maturidade, e não pessoas desnorteadas, como 'ovelhas que não têm pastor'.
INTRODUÇÃO
Quando lemos a bíblia, entendemos que Deus, em sua infinita bondade, inteligência e sabedoria estabeleceu todas as coisas. O Senhor Jesus estava com Ele no princípio de todas as coisas. Ele diz: "Então eu estava com ele, e era o seu arquiteto; era cada dia suas delícias, alegrando-me perante ele todo o tempo" (Pv 8.30). Ele é a cada dia as delícias do Senhor. E "Todas as coisas foram feitas por ele e sem ele nada do que foi feito se fez" (João 1.3). "Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele" (Cl 1.16). Paulo continua dizendo que Jesus Cristo é a cabeça do corpo, cabeça da Igreja, para que em tudo tenha a preeminência.
A Igreja é o corpo de Cristo. E nele, só nele, temos alguma importância diante de Deus. Só nele podemos agradar a Deus. Deus tem um propósito eterno e nós fomos incluídos nesse plano por causa do seu grande amor, da sua graça e da sua infinita misericórdia.
1. DEFINIÇÃO DE IGREJA
Não há nenhuma passagem na bíblia que sustente a ideia de Igreja como instituição, como edifício ou prédio, propriamente dito, do mesmo modo como havia o 'templo' edificado por Salomão, que era um local físico. Assim como a Terra Prometida para Abraão, Isaque e Jacó era também física. Tudo o que sucedeu no passado, fisicamente falando, a bíblia chama de sombra de algo futuro, espiritual. O local de reunião DA IGREJA não é 'Igreja'. Igreja, casa, templo, corpo, noiva, castiçal ou candelabro, videira, oliveira são todas designações que ilustram a união de uma comunidade ou povo [escolhido em Cristo Jesus] com Cristo. Quando Jesus disse: "Eu edificarei a minha Igreja" (Mateus 16.18) ele absolutamente não estava falando em um local físico, mas sim um corpo espiritual. Como está escrito: "Porque toda casa é edificada por alguém, mas o que edificou todas as coisas é Deus. E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar. Mas Cristo, como Filho, [fiel] sobre a sua própria casa; a qual casa, somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim" (Hebreus 3.5,6). Nós somos participantes de uma vocação celestial e não física. Então Igreja somos nós os que participamos da vocação celestial e conservamos firme a confiança e também a glória da esperança em Cristo Jesus até ao fim.
1.1. A PALAVRA IGREJA
"Falando da nossa fé, a Bíblia designa a Igreja como um mistério (Ef 1.9) - Comentarista da revista". Aqui há uma interpretação completamente EQUIVOCADA desse versículo da carta de Paulo aos Efésios, que diz: "Descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo". Na carta aos Colossenses Paulo vai nos dizer que o mistério esteve oculto desde todos os séculos, e em todas as gerações, e que agora foi manifesto aos seus santos, aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, QUE É CRISTO EM VÓS, esperança da glória.
Não é a Igreja o mistério de Deus, mas Cristo. Outro capítulo de Romanos 16.25,26 - o comentarista interpreta a Igreja como mistério de Deus. Mas basta ler o contexto para entender que o que Deus havia revelado aos profetas: "Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno a todas as nações para a obediência da fé". A pregação do Evangelho tanto dos apóstolos quanto do Senhor Jesus nos fala do cumprimento das promessas acerca do Messias, o Mistério oculto que agora nos foi revelado é o Senhor Jesus e não a Igreja.
1.2. O QUE É "SER IGREJA"
Quando Jesus compara a si e os seus discípulos com uma videira (João 15), ele diz que para ser seu discípulo era preciso que estivéssemos nele e ele em nós. Desse modo, o Senhor diz que a vara não produz se não estiver na videira. Nem nós se não estivermos em Cristo. Para estar nele, precisamos permanecer no seu amor, assim como ele permaneceu no amor do Pai. E, se estamos no seu amor, devemos amar uns aos outros assim como ele mesmo amou (Vide: Palavra da Vida neste mesmo blog). Nós somos Igreja, somos templo, somos casa, como diz aos Hebreus 3.6; somos corpo, conforme 1 Co 11.
1.3. O QUE É "ESTAR" NA IGREJA?
A passagem em 2 Co 11.8 Paulo também não fala relacionando-se a templo ou Igreja no sentido físico, mas no sentido de reunião, congregação de irmãos. Os irmãos se reuniam em casas, nas sinagogas [que eram uma espécie de escola dos judeus]. Em Romanos 16.5, Paulo escreve: "Saudai também a Igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que és primícias da Acáia em em Cristo". O próprio comentarista reconhece que só no III século da Era Cristã é que o vocábulo Ekklesia foi usado para designar o local físico de reunião. Porque a visão de Igreja, que é a noiva de Cristo, o povo escolhido de Deus que vai ser arrebatado, corresponde a um povo que anda nos caminhos de Deus em Cristo. Não o templo. Essa 'igreja' reconhecida como a Igreja do Senhor não vai subir. Deus não vai levar tijolos e cimentos. Vai levar pessoas. Quando Jesus dá a revelação para João que escreve às 7 igrejas da Ásia, ele falava dos irmãos em Cristo que habitavam aquela região, não às construções. Se há um edifício chamado Igreja, esse edifício sou eu e é você que seguimos os caminhos santos do Senhor. Concordo com o comentarista quando diz que "Estar na Igreja é participar desse povo através da comunhão, adoração e serviço", mas não somente participar. Mas ser. Somos Igreja. Não participamos da Igreja. É muito diferente.
2. O PLANO DE DEUS
Deus não criou a Igreja, Deus está edificando a Sua Igreja. A Bíblia diz que Israel e os gentios agora são um só povo, unido em Cristo, em seu corpo. Paulo diz aos Romanos 10.12: "Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam". E ainda em Gálatas 3.28,29: "Nisto não há judeu e nem grego; não há servo, nem livre; não homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa".
Isso significa que Deus uniu todos em um único que é Cristo. Somos um em Jesus Cristo. Não há propósitos distintos. A primeira Aliança teve, sim, o propósito de fazer com que por um povo Deus fosse conhecido por todos. Mas agora, pela Igreja, Deus se faz conhecido de todos. E todos nós em Cristo somos um: judeu ou grego, ou gentio.
2.1. A IGREJA E ISRAEL
Deus de antemão entendeu que Israel rejeitaria o Messias. Isso também foi dito pelos profetas. Paulo diz aos Romanos 11.5 "Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça". Em Cristo fomos eleitos pela Graça de Deus. Deus desfez a barreira que havia separando os povos da terra da nação de Israel. Hoje somos todos um só povo: o povo de Deus. "Todos os que creem em Jesus Cristo, a partir do anúncio do Evangelho,fazem pare da Igreja, seja judeu ou gentio" (comentário da revista), não significa fazer parte, mas sim ser a própria Igreja de Jesus. Efésios 2.14 diz: "Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; derrubando a parede de separação que estava no meio". O Senhor nos fez um só povo. O comentário sobre o futuro de Israel, como já mencionei anteriormente, há um remanescente que Deus preparou. Esse remanescente são todos os que creem no Senhor Jesus. Então, ambos os comentários da revista não estão falando de coisas distintas, mas de uma só. Após a aliança de Jesus com a Igreja, nós, os que cremos no Senhor Jesus, independentemente de sermos judeus ou gregos, somos um só povo e descendentes, pela fé em Cristo Jesus, de Abraão.
2.2. A IGREJA E O REINO DE DEUS
Não há muito o que se comentar sobre esse tópico. O que deve ficar claro é que, o Reino de Deus, como governo divino, foi rejeitado no passado por Adão e Eva, quando decidiram ter o próprio governo de suas vidas, sendo como Deus; foi rejeitado pelo povo no deserto, quando escolheram um bezerro de ouro e voltar ao Egito; foi rejeitado pelo povo na terra prometida, quando escolheram viver para os deuses das terras vizinhas; foi rejeitado quando escolheram um rei sobre eles, e não os profetas e juízes que o Senhor levantava para julgá-los; foi rejeitado quando o povo preferiu ficar na Babilônia, não querendo restaurar o lugar da habitação do Senhor no meio deles, em Jerusalém. Durante toda a história do povo de Deus podemos perceber o quanto o povo tem preferido o seu próprio governo a despeito daquele providenciado por Deus.
Após a vinda de Jesus, novamente, os judeus rejeitam o Reino de Deus, aliás, o próprio Deus foi rejeitado. Se rejeitamos o seu governo, estamos rejeitando o próprio Deus que governa. Quando a graça de Deus se estendeu sobre nós, os gentios, aqueles que dantes não procuravam o Senhor, mas que foram encontrados pelo Senhor, e que agora o Senhor deseja ser Deus, Rei e Senhor sobre nós os que pela graça fomos incluídos por seu Amor. Quando essa graça nos alcançou, morremos para nós mesmos para vivermos para o Senhor. Aqui se trata de uma vida nas regiões celestes, onde o Senhor Jesus está, assentado ao lado do Pai, glorificado nas alturas.
Quando o comentarista da revista diz que a Igreja é uma sociedade governada por Deus não está completamente correto. O que vemos hoje, na atualidade, são pessoas egoístas, rebeldes, egocêntricas vivendo para si mesmas e para seus próprios interesses. Vemos o nome de Deus ser blasfemado entre os ímpios por causa do mal testemunho da Igreja. Vemos muito mais Laodicéia em nossos dias do que Filadélfia. Não existe amor, que é o vínculo da perfeição, conforme lemos em Colossenses 3.14. Não existe unidade, que é revelada no Espírito pelo vínculo da paz, conforme podemos conferir em Efésios 4.3. Não existe alegria, como podemos verificar pelas estatísticas de pessoas com problemas emocionais e os altos índices de suicídio entre os irmãos. Não exite nenhum fruto do Espírito nas ações da Igreja em nossos dias. A Igreja tem se tornado um comércio, significando que o governo dela tem sido Mamom, e não Jesus. As pessoas são treinadas a serem líderes e não apascentadoras. São treinadas a liderar, e não a caminharem juntas.
Os índices numéricos mais valorizados têm um cifrão na frente. Infelizmente, mais do que almas, a Igreja tem buscado valores financeiros. Vemos líderes milionários, e Igrejas mornas, valorizando o brilho da pedra do anel no dedo do pregador, mais do que o brilho do Espírito na vida dele. Isso não é viver segundo o Reino de Deus. Isso não é viver sob o governo de Deus. Isso é viver os próprios interesses. Parece que podemos ouvir ecoar a voz profética de Ageu: "Acaso é hora de vocês morarem em vossas casas luxuosas e confortáveis, enquanto a minha casa continua em ruínas?". (Ageu 1.4). Nós somos a casa de Deus. Ele habita em nós pelo Espírito Santo. Mas muitos têm entristecido o Espírito, têm extinguido Sua luz da vida deles. Muitos não discernem mais o corpo de Cristo, imaginando que Igreja seja uma instituição financeira, que prioriza dízimos e ofertas, mas não se importa de atender o clamor dos aflitos.
Os apóstolos já nos advertiam que nos últimos dias "haverá homens amantes de si mesmos, avarentos [que é o excessivo amor ao dinheiro], presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e a mães, ingratos, profanos". (2 Tm 3.2). Isso entre os irmãos. Pessoas que absolutamente não vivem sob o governo do Senhor. Devemos abrir os olhos e buscar conhecer que tipo de virgem somos na parábola das 10 virgens: loucas ou prudentes? Examinemos à luz da Palavra, não em conhecimento de homens presunçosos, que enganam pessoas que não têm conhecimento "porque o meu povo padece por falta de conhecimento", aliás, conforme escrito em Oséias 4.6, o povo rejeitou o conhecimento. No versículo 1 desse mesmo capítulo de Oséias o Senhor diz: "Ouvi a Palavra do Senhor, vós filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus". E nós temos visto quanto esse versículo é atual na vida da Igreja hoje. Não há verdade. A Palavra Deus tem sido ministrada de forma diluída, misturada, distorcida. Os conceitos têm sido usados de maneira errônea. Precisamos mais do que tudo resgatar aquilo que perdemos em termos de unidade. Em termos de obediência à Palavra e ao próprio Senhor de nossas vidas.
2.3. A IGREJA VISÍVEL E A INVISÍVEL
As coisas invisíveis são conhecidas na bíblia como espirituais. O trigo na bíblia nos fala do próprio Senhor que diz: "Na verdade, na verdade vos digo que se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto". Ele é o Semeador da parábola e ele é o trigo. O trigo é a Palavra semeada nos corações. Todo coração pode receber a Palavra, mas nem todos vão frutificar essa Palavra. Por que? Jesus, na Parábola do Semeador (Mt 13.18ss; Mc 4.3ss), nos diz em que condições cada coração se encontra. Os cristãos se tornam maus exemplos no corpo porque seu coração é mau. Esses são filhos do maligno (Mt 13.38). O inimigo arrebata a boa semente; os cuidados da vida sufocam a boa semente que começa a crescer; outros se escandalizam diante das perseguições (Mc 4.13ss), não têm raiz profunda e, por isso mesmo, quando o sol aquece, essa planta já nascida morre. Mc 4.14 Jesus diz: Quem semeia, semeia a Palavra. O joio é o engano do maligno que quer imitar o trigo. Desse modo, Satanás semeia o joio entre o trigo plantado pelo Senhor. A ceifa é o arrebatamento. Então serão separados o trigo e o joio. A Igreja que tem semeado joio com o trigo, tem feito isso por Satanás. Mas a Igreja do Senhor que semeia a Palavra, semeia a própria vida, semeia o amor, semeia a compaixão, semeia a caridade, semeia a unidade. Só Deus sabe onde se reúne o verdadeiro trigo.
3. CARACTERÍSTICAS DO NOVO POVO DE DEUS
Deus sempre deseja que seu povo seja diferente, um povo santo e de boas obras. Não há santidade quando compactuamos com as obras infrutíferas da carne, ou quando temos comunhão com as trevas, ou quando nos assemelhamos aos homens naturais. Mas, conforme a Palavra do Senhor: "E que consenso tem o templo de Deus [nós] com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo". Gosto muito da imagem da lâmpada antiga. Como esta abaixo. Pensemos nela como uma representação das 10 virgens. Temos a lâmpada, mas para acendê-la, precisamos de mais 3 coisas: o pavio [grande número de fios retorcidos], o azeite [símbolo do Espírito Santo] e o Fogo [Brilho da glória]. O povo de Deus seria representado no pavio.
Imagem 1: Lâmpada de barro.
Agora, imagina essa mesma figura agora com o azeite, o pavio e o fogo. O azeite alimenta o fogo, o pavio nem aparece, ele está completamente embebido no azeite [enchei-vos do Espírito], dentro da vasilha [Em Cristo]. A única ponta exposta é coberta pela luz. A vida do cristão é semelhante à figura 2. Estamos em Cristo e Ele em nós, através do Espírito Santo. Jesus disse: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (Jo:5). Paulo em I Tessalonicenses diz: "Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite e nem das trevas". Em Efésios 5.8 "Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz". Isso fala de vida e testemunho. A vida da Igreja está em Cristo. E o cristão não tem vida em si mesmo se não estiver em Cristo. Todos podem ver a glória de Deus em nós pelo viver do Espírito Santo em nós. Se estamos nele e ele em nós, então devemos demonstrar isso.
Imagem 2: Lâmpada com óleo acesa. Disponível em: azeitossini.com.br
3.1. UM POVO QUE EDIFICA
Eu gosto muito do Salmo 127.1 que diz: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam". Nós somos edificados em Cristo [e não no edifício que alguns chamam de igreja] para morada de Deus em Espírito: "No qual também vós sois edificados para morada de Deus em Espírito" (Ef 2.22). Os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, ao contrário do que muitos pensam, não são 'cargos', até porque não se trata de empresa e, sim, de corpo, dados pelo Senhor para o aperfeiçoamento dos santos, para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.12). "Isto quer dizer claramente que adoutrinação dos membros da igreja é para que possam resistir aos desvios doutrinários e à apostasia (Comentarista da revista)". A Palavra de Deus é viva e eficaz. O apóstolo João diz: "E a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é verdadeira, e não é mentira, como ele vos ensinou, assim nele permaneceis" (1 Jo 2.27). Muita compreensão da Palavra é carnal (Cl 2.18), por isso Deus nos deu do seu Espírito, a fim de não sermos enganados. Agora, devemos ler a bíblia, buscar nela toda instrução para nosso viver segundo Cristo, porque ela é a Verdade. Conhecemos o Senhor, conhecemos a Sua Palavra. Então, devemos buscar ter mais intimidade com Ele, conhecendo a Sua vontade. E não nos tornando presas de ninguém (Cl 2.8). Não existe doutrinação dos membros da Igreja. Nós somos membros de Cristo Jesus. Somos edificados juntos no Senhor, unidos a ele, unidos uns aos outros. "A igreja deve doutrinar seus membros". De forma nenhuma. O Espírito Santo é que nos revela a perfeita vontade de Deus, por meio da Palavra de Deus, mediante a fé. A Igreja não tem membros. A Igreja é o Corpo de Cristo e nós somos os membros. A questão aqui é SER e não TER. Não existe na bíblia autocrítica ou autoavaliação. Nosso viver, nossa conduta, nosso caráter devem ser avaliados segundo o viver, a conduta e o caráter de Jesus Cristo. Devemos, sim, purificar nossos caminhos observando a Palavra de Deus. Ela é lâmpada para os pés e luz para os caminhos. EU jamais devo servir como balizador de nenhum ato de conduta. Cristo, e só Ele, pode ser o nosso modelo. É à luz da bíblia que podemos vê-lo nos conformando à Sua Imagem.
3.2. UM POVO PARA GLORIFICAR A DEUS
Cristo glorificou a Deus em si mesmo na sua vida (Jo 13.32) e na sua morte (Jo 21.19). O Espírito glorificou nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Filho de Deus, recebendo do que é dele e nos ensinando todas as coisas que dele ouviu. Nós glorificamos a Deus sendo obediente aos mandamentos de Jesus, amando a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo, não só como a nós mesmos, mas quando recebemos o Espírito Santo, Ele derrama o Amor de Deus em nosso coração (Rm 5.5), e então podemos amar uns aos outros como Cristo nos amou (Jo 13.34; 15.9,12,17). Gálatas 3.27 diz que aquele que é de Cristo, já está revestido de Cristo. Agora Deus não nos vê a nós mesmos, mas, quando Ele nos olha é a Seu Filho Amado que Ele vê, se é que Ele habita em nós e nós nele. Só quando reconhecemos o que Deus fez por nós, o que Cristo é em nós e o que o Espírito Santo opera em nós é que podemos ter uma vida de comunhão e de adoração. Caso contrário, seremos como os religiosos que mataram Jesus por um zelo cheio de preconceito, inveja e maldade. Sem amor tudo o que fazemos é nada.
3.3 UM POVO QUE EVANGELIZA
Jesus antes de ascender aos céus disse aos discípulos que em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados (Lc 24.47). Para isso, Ele nos revestiria com poder, ao descer sobre nós o Espírito Santo. Então, poderemos ser suas testemunhas até os confins da terra (At 1.8). Quando entendemos que o Senhor nos amou, nos reconciliou com Ele mesmo na cruz, nos fez novas criaturas pelo sangue do Seu Amado Filho e perdoou os nossos pecados, tirando-nos das potestades das trevas, trazendo-nos para o Reino do Filho do Seu Amor (Cl 1.13), prometendo-nos um novo Reino, uma nova cidade, um lugar cheio de delícias; quando entendemos que o Amor de Deus nos constrange, então, aquele amor nasce em nosso coração e começa a arder. Desse modo, não podemos reter a Palavra em nós enxertada, como está escrito: "Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas" (Tg 1.21).
Paulo também nos diz: "Isto é, Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e PÔS EM NÓS A PALAVRA DA RECONCILIAÇÃO" (2 Co 5.19). Como, pois, podemos nos calar? Como não sentir os mesmos sentimentos dos discípulos de Jesus do primeiro século da Era Cristã, como não nos importar com as pessoas que estão sendo levadas para a morte, como dantes também estávamos? Evangelizar é a nossa comissão aqui na terra. Falar sobre arrependimento e remissão dos pecados, levando esperança a todos quantos foram chamados ao arrependimento.
CONCLUSÃO
Não é a Igreja o mistério de Deus, mas Cristo. Outro capítulo de Romanos 16.25,26 - o comentarista interpreta a Igreja como mistério de Deus. Mas basta ler o contexto para entender que o que Deus havia revelado aos profetas: "Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora, e se notificou pelas Escrituras dos profetas, segundo o mandamento do Deus eterno a todas as nações para a obediência da fé". A pregação do Evangelho tanto dos apóstolos quanto do Senhor Jesus nos fala do cumprimento das promessas acerca do Messias, o Mistério oculto que agora nos foi revelado é o Senhor Jesus e não a Igreja.
1.2. O QUE É "SER IGREJA"
Quando Jesus compara a si e os seus discípulos com uma videira (João 15), ele diz que para ser seu discípulo era preciso que estivéssemos nele e ele em nós. Desse modo, o Senhor diz que a vara não produz se não estiver na videira. Nem nós se não estivermos em Cristo. Para estar nele, precisamos permanecer no seu amor, assim como ele permaneceu no amor do Pai. E, se estamos no seu amor, devemos amar uns aos outros assim como ele mesmo amou (Vide: Palavra da Vida neste mesmo blog). Nós somos Igreja, somos templo, somos casa, como diz aos Hebreus 3.6; somos corpo, conforme 1 Co 11.
1.3. O QUE É "ESTAR" NA IGREJA?
A passagem em 2 Co 11.8 Paulo também não fala relacionando-se a templo ou Igreja no sentido físico, mas no sentido de reunião, congregação de irmãos. Os irmãos se reuniam em casas, nas sinagogas [que eram uma espécie de escola dos judeus]. Em Romanos 16.5, Paulo escreve: "Saudai também a Igreja que está em sua casa. Saudai a Epêneto, meu amado, que és primícias da Acáia em em Cristo". O próprio comentarista reconhece que só no III século da Era Cristã é que o vocábulo Ekklesia foi usado para designar o local físico de reunião. Porque a visão de Igreja, que é a noiva de Cristo, o povo escolhido de Deus que vai ser arrebatado, corresponde a um povo que anda nos caminhos de Deus em Cristo. Não o templo. Essa 'igreja' reconhecida como a Igreja do Senhor não vai subir. Deus não vai levar tijolos e cimentos. Vai levar pessoas. Quando Jesus dá a revelação para João que escreve às 7 igrejas da Ásia, ele falava dos irmãos em Cristo que habitavam aquela região, não às construções. Se há um edifício chamado Igreja, esse edifício sou eu e é você que seguimos os caminhos santos do Senhor. Concordo com o comentarista quando diz que "Estar na Igreja é participar desse povo através da comunhão, adoração e serviço", mas não somente participar. Mas ser. Somos Igreja. Não participamos da Igreja. É muito diferente.
2. O PLANO DE DEUS
Deus não criou a Igreja, Deus está edificando a Sua Igreja. A Bíblia diz que Israel e os gentios agora são um só povo, unido em Cristo, em seu corpo. Paulo diz aos Romanos 10.12: "Porquanto não há diferença entre judeu e grego; porque um mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam". E ainda em Gálatas 3.28,29: "Nisto não há judeu e nem grego; não há servo, nem livre; não homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E se sois de Cristo, então sois descendência de Abraão, e herdeiros conforme a promessa".
Isso significa que Deus uniu todos em um único que é Cristo. Somos um em Jesus Cristo. Não há propósitos distintos. A primeira Aliança teve, sim, o propósito de fazer com que por um povo Deus fosse conhecido por todos. Mas agora, pela Igreja, Deus se faz conhecido de todos. E todos nós em Cristo somos um: judeu ou grego, ou gentio.
2.1. A IGREJA E ISRAEL
Deus de antemão entendeu que Israel rejeitaria o Messias. Isso também foi dito pelos profetas. Paulo diz aos Romanos 11.5 "Assim, pois, também agora neste tempo ficou um remanescente, segundo a eleição da graça". Em Cristo fomos eleitos pela Graça de Deus. Deus desfez a barreira que havia separando os povos da terra da nação de Israel. Hoje somos todos um só povo: o povo de Deus. "Todos os que creem em Jesus Cristo, a partir do anúncio do Evangelho,
2.2. A IGREJA E O REINO DE DEUS
Não há muito o que se comentar sobre esse tópico. O que deve ficar claro é que, o Reino de Deus, como governo divino, foi rejeitado no passado por Adão e Eva, quando decidiram ter o próprio governo de suas vidas, sendo como Deus; foi rejeitado pelo povo no deserto, quando escolheram um bezerro de ouro e voltar ao Egito; foi rejeitado pelo povo na terra prometida, quando escolheram viver para os deuses das terras vizinhas; foi rejeitado quando escolheram um rei sobre eles, e não os profetas e juízes que o Senhor levantava para julgá-los; foi rejeitado quando o povo preferiu ficar na Babilônia, não querendo restaurar o lugar da habitação do Senhor no meio deles, em Jerusalém. Durante toda a história do povo de Deus podemos perceber o quanto o povo tem preferido o seu próprio governo a despeito daquele providenciado por Deus.
Após a vinda de Jesus, novamente, os judeus rejeitam o Reino de Deus, aliás, o próprio Deus foi rejeitado. Se rejeitamos o seu governo, estamos rejeitando o próprio Deus que governa. Quando a graça de Deus se estendeu sobre nós, os gentios, aqueles que dantes não procuravam o Senhor, mas que foram encontrados pelo Senhor, e que agora o Senhor deseja ser Deus, Rei e Senhor sobre nós os que pela graça fomos incluídos por seu Amor. Quando essa graça nos alcançou, morremos para nós mesmos para vivermos para o Senhor. Aqui se trata de uma vida nas regiões celestes, onde o Senhor Jesus está, assentado ao lado do Pai, glorificado nas alturas.
Quando o comentarista da revista diz que a Igreja é uma sociedade governada por Deus não está completamente correto. O que vemos hoje, na atualidade, são pessoas egoístas, rebeldes, egocêntricas vivendo para si mesmas e para seus próprios interesses. Vemos o nome de Deus ser blasfemado entre os ímpios por causa do mal testemunho da Igreja. Vemos muito mais Laodicéia em nossos dias do que Filadélfia. Não existe amor, que é o vínculo da perfeição, conforme lemos em Colossenses 3.14. Não existe unidade, que é revelada no Espírito pelo vínculo da paz, conforme podemos conferir em Efésios 4.3. Não existe alegria, como podemos verificar pelas estatísticas de pessoas com problemas emocionais e os altos índices de suicídio entre os irmãos. Não exite nenhum fruto do Espírito nas ações da Igreja em nossos dias. A Igreja tem se tornado um comércio, significando que o governo dela tem sido Mamom, e não Jesus. As pessoas são treinadas a serem líderes e não apascentadoras. São treinadas a liderar, e não a caminharem juntas.
Os índices numéricos mais valorizados têm um cifrão na frente. Infelizmente, mais do que almas, a Igreja tem buscado valores financeiros. Vemos líderes milionários, e Igrejas mornas, valorizando o brilho da pedra do anel no dedo do pregador, mais do que o brilho do Espírito na vida dele. Isso não é viver segundo o Reino de Deus. Isso não é viver sob o governo de Deus. Isso é viver os próprios interesses. Parece que podemos ouvir ecoar a voz profética de Ageu: "Acaso é hora de vocês morarem em vossas casas luxuosas e confortáveis, enquanto a minha casa continua em ruínas?". (Ageu 1.4). Nós somos a casa de Deus. Ele habita em nós pelo Espírito Santo. Mas muitos têm entristecido o Espírito, têm extinguido Sua luz da vida deles. Muitos não discernem mais o corpo de Cristo, imaginando que Igreja seja uma instituição financeira, que prioriza dízimos e ofertas, mas não se importa de atender o clamor dos aflitos.
Os apóstolos já nos advertiam que nos últimos dias "haverá homens amantes de si mesmos, avarentos [que é o excessivo amor ao dinheiro], presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e a mães, ingratos, profanos". (2 Tm 3.2). Isso entre os irmãos. Pessoas que absolutamente não vivem sob o governo do Senhor. Devemos abrir os olhos e buscar conhecer que tipo de virgem somos na parábola das 10 virgens: loucas ou prudentes? Examinemos à luz da Palavra, não em conhecimento de homens presunçosos, que enganam pessoas que não têm conhecimento "porque o meu povo padece por falta de conhecimento", aliás, conforme escrito em Oséias 4.6, o povo rejeitou o conhecimento. No versículo 1 desse mesmo capítulo de Oséias o Senhor diz: "Ouvi a Palavra do Senhor, vós filhos de Israel, porque o Senhor tem uma contenda com os habitantes da terra; porque na terra não há verdade, nem benignidade, nem conhecimento de Deus". E nós temos visto quanto esse versículo é atual na vida da Igreja hoje. Não há verdade. A Palavra Deus tem sido ministrada de forma diluída, misturada, distorcida. Os conceitos têm sido usados de maneira errônea. Precisamos mais do que tudo resgatar aquilo que perdemos em termos de unidade. Em termos de obediência à Palavra e ao próprio Senhor de nossas vidas.
2.3. A IGREJA VISÍVEL E A INVISÍVEL
As coisas invisíveis são conhecidas na bíblia como espirituais. O trigo na bíblia nos fala do próprio Senhor que diz: "Na verdade, na verdade vos digo que se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto". Ele é o Semeador da parábola e ele é o trigo. O trigo é a Palavra semeada nos corações. Todo coração pode receber a Palavra, mas nem todos vão frutificar essa Palavra. Por que? Jesus, na Parábola do Semeador (Mt 13.18ss; Mc 4.3ss), nos diz em que condições cada coração se encontra. Os cristãos se tornam maus exemplos no corpo porque seu coração é mau. Esses são filhos do maligno (Mt 13.38). O inimigo arrebata a boa semente; os cuidados da vida sufocam a boa semente que começa a crescer; outros se escandalizam diante das perseguições (Mc 4.13ss), não têm raiz profunda e, por isso mesmo, quando o sol aquece, essa planta já nascida morre. Mc 4.14 Jesus diz: Quem semeia, semeia a Palavra. O joio é o engano do maligno que quer imitar o trigo. Desse modo, Satanás semeia o joio entre o trigo plantado pelo Senhor. A ceifa é o arrebatamento. Então serão separados o trigo e o joio. A Igreja que tem semeado joio com o trigo, tem feito isso por Satanás. Mas a Igreja do Senhor que semeia a Palavra, semeia a própria vida, semeia o amor, semeia a compaixão, semeia a caridade, semeia a unidade. Só Deus sabe onde se reúne o verdadeiro trigo.
3. CARACTERÍSTICAS DO NOVO POVO DE DEUS
Deus sempre deseja que seu povo seja diferente, um povo santo e de boas obras. Não há santidade quando compactuamos com as obras infrutíferas da carne, ou quando temos comunhão com as trevas, ou quando nos assemelhamos aos homens naturais. Mas, conforme a Palavra do Senhor: "E que consenso tem o templo de Deus [nós] com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo". Gosto muito da imagem da lâmpada antiga. Como esta abaixo. Pensemos nela como uma representação das 10 virgens. Temos a lâmpada, mas para acendê-la, precisamos de mais 3 coisas: o pavio [grande número de fios retorcidos], o azeite [símbolo do Espírito Santo] e o Fogo [Brilho da glória]. O povo de Deus seria representado no pavio.
Imagem 1: Lâmpada de barro.
Agora, imagina essa mesma figura agora com o azeite, o pavio e o fogo. O azeite alimenta o fogo, o pavio nem aparece, ele está completamente embebido no azeite [enchei-vos do Espírito], dentro da vasilha [Em Cristo]. A única ponta exposta é coberta pela luz. A vida do cristão é semelhante à figura 2. Estamos em Cristo e Ele em nós, através do Espírito Santo. Jesus disse: "Enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo" (Jo:5). Paulo em I Tessalonicenses diz: "Porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite e nem das trevas". Em Efésios 5.8 "Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz". Isso fala de vida e testemunho. A vida da Igreja está em Cristo. E o cristão não tem vida em si mesmo se não estiver em Cristo. Todos podem ver a glória de Deus em nós pelo viver do Espírito Santo em nós. Se estamos nele e ele em nós, então devemos demonstrar isso.
Imagem 2: Lâmpada com óleo acesa. Disponível em: azeitossini.com.br
3.1. UM POVO QUE EDIFICA
Eu gosto muito do Salmo 127.1 que diz: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam". Nós somos edificados em Cristo [e não no edifício que alguns chamam de igreja] para morada de Deus em Espírito: "No qual também vós sois edificados para morada de Deus em Espírito" (Ef 2.22). Os apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e mestres, ao contrário do que muitos pensam, não são 'cargos', até porque não se trata de empresa e, sim, de corpo, dados pelo Senhor para o aperfeiçoamento dos santos, para a edificação do corpo de Cristo (Ef 4.12). "Isto quer dizer claramente que a
3.2. UM POVO PARA GLORIFICAR A DEUS
Cristo glorificou a Deus em si mesmo na sua vida (Jo 13.32) e na sua morte (Jo 21.19). O Espírito glorificou nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o Filho de Deus, recebendo do que é dele e nos ensinando todas as coisas que dele ouviu. Nós glorificamos a Deus sendo obediente aos mandamentos de Jesus, amando a Deus acima de todas as coisas, e ao próximo, não só como a nós mesmos, mas quando recebemos o Espírito Santo, Ele derrama o Amor de Deus em nosso coração (Rm 5.5), e então podemos amar uns aos outros como Cristo nos amou (Jo 13.34; 15.9,12,17). Gálatas 3.27 diz que aquele que é de Cristo, já está revestido de Cristo. Agora Deus não nos vê a nós mesmos, mas, quando Ele nos olha é a Seu Filho Amado que Ele vê, se é que Ele habita em nós e nós nele. Só quando reconhecemos o que Deus fez por nós, o que Cristo é em nós e o que o Espírito Santo opera em nós é que podemos ter uma vida de comunhão e de adoração. Caso contrário, seremos como os religiosos que mataram Jesus por um zelo cheio de preconceito, inveja e maldade. Sem amor tudo o que fazemos é nada.
3.3 UM POVO QUE EVANGELIZA
Jesus antes de ascender aos céus disse aos discípulos que em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados (Lc 24.47). Para isso, Ele nos revestiria com poder, ao descer sobre nós o Espírito Santo. Então, poderemos ser suas testemunhas até os confins da terra (At 1.8). Quando entendemos que o Senhor nos amou, nos reconciliou com Ele mesmo na cruz, nos fez novas criaturas pelo sangue do Seu Amado Filho e perdoou os nossos pecados, tirando-nos das potestades das trevas, trazendo-nos para o Reino do Filho do Seu Amor (Cl 1.13), prometendo-nos um novo Reino, uma nova cidade, um lugar cheio de delícias; quando entendemos que o Amor de Deus nos constrange, então, aquele amor nasce em nosso coração e começa a arder. Desse modo, não podemos reter a Palavra em nós enxertada, como está escrito: "Por isso, rejeitando toda a imundícia e superfluidade de malícia, recebei com mansidão a palavra em vós enxertada, a qual pode salvar as vossas almas" (Tg 1.21).
Paulo também nos diz: "Isto é, Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e PÔS EM NÓS A PALAVRA DA RECONCILIAÇÃO" (2 Co 5.19). Como, pois, podemos nos calar? Como não sentir os mesmos sentimentos dos discípulos de Jesus do primeiro século da Era Cristã, como não nos importar com as pessoas que estão sendo levadas para a morte, como dantes também estávamos? Evangelizar é a nossa comissão aqui na terra. Falar sobre arrependimento e remissão dos pecados, levando esperança a todos quantos foram chamados ao arrependimento.
CONCLUSÃO
Que o Senhor nos ajude a sermos a Igreja que Ele está edificando, lavada, remida pelo sangue de nosso Amado Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Noiva que anseia desesperadamente pela volta do Noivo. Aquela sem mácula, nem ruga, nem coisa alguma que nos contamine. Antes, remindo o tempo, falando a respeito do chamamento celeste a um retorno para Deus. Deus deseja levar muitos filhos à glória. Que o nosso coração possa corresponder a esse chamado. Que o nosso coração se entregue totalmente a Deus e à sua obra: falar das maravilhas para nós preparadas. O melhor de Deus para nós foi enviado ao mundo como ovelha para o matadouro. Após sua morte, ele foi ressuscitado, entronizado nos céus, glorificado, assentou-se à direita do Pai nas Alturas e, hoje, ainda intercede por nós, como o Advogado Fiel que sentiu as mesmas misérias humanas. Ele foi contado com os pecadores, mas não pecou. Deu-nos o exemplo de obediência, humildade, amor e serviço. Andava dias a fio para buscar uma alma, porquanto sabia o seu valor. Cada milagre que Jesus realizou na terra é um testemunho vivo de sua origem divina.
Que Deus nos ajude a sermos luz na terra entre os homens. Que o Senhor nos ajude a darmos verdadeiros testemunhos como um povo zeloso e de boas obras. Paulo diz a Tito que Jesus Cristo "se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniquidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso, de boas obras' (Tt 2.14). Nosso zelo deve nos fazer guardar os seus mandamentos a fim de praticar e admoestar os irmãos a que não se desviem do Caminho que é Cristo. E as nossas obras devem revelar que aprendemos com ele, porque, como Paulo continua falando a Tito: muitos "confessam que conhecem a Deus, mas negam-no com suas obras, sendo abomináveis, e desobedientes, e reprovados para toda a boa obra" (Tt 1.16). Deus não quer pessoas que cantem bem, falem bem e falem em línguas estranhas. Deus quer um povo que possa revelá-Lo não apenas com suas palavras, mas também com suas obras, porque as nossas obras falam de QUEM somos. Deus quer um povo que deixe que o Espírito Santo derrame sobre ele a Paz, o Amor, o Gozo, fazendo com que esse povo se torne cheio de Longanimidade, Benignidade e Bondade para com todos, e que seja cheio de Fé, Mansidão e Temperança, porque contra essas coisas não há lei. (Gl 5.22,23). Sejamos a IGREJA que o Senhor Jesus está edificando.
Deus abençoe a sua vida.
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