Desprezando ofensas através da longanimidade
8ª lição da EBD Revista Betel.
Texto áureo: "Rogo-vos, pois, eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados". Efésios 4:1. A longanimidade nos capacita a sermos generosos e pacientes, mesmo em momentos de grande adversidade.
1. Resistindo ao nosso ego - Vou iniciar este comentário com um versículo em Marcos 8:34 que diz: "E, chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me". O maior exemplo que temos de alguém que negou-se a si mesmo é o Senhor Jesus. Ele despiu-se de toda a sua insígnia, de toda sua glória e majestade. Ir após o Mestre só é possível se fizermos a mesma coisa: negar a nós mesmos. Temos aqui duas atitudes que antecedem o ir após o Senhor: negar-se a si mesmo e tomar a cruz. Não podemos perder de vista uma coisa: estamos no Senhor. Ele nos dá vida e alimento. Só frutificamos se estivermos ligados a Ele. Estar no Senhor é ter comunhão íntima com Ele, ler a Bíblia, orar, meditar na Palavra. É incrível como as pessoas não praticam a leitura da Bíblia, não oram nem meditam na Palavra de Deus. Isso é o oposto de comunhão. É um viver ímpio. Negar a nós mesmos é deixar de observar o próprio umbigo e começar a partilhar um viver pleno em comunhão com o Pai, pela fé em Seu Filho Amado, mediante a transformação do Espírito Santo operando em nós. Negar a nós mesmos é um viver de cruz. É pra isto que a cruz diária serve: manter o nosso ego morto.
1.1. Desenvolvendo a longanimidade - Segundo a Bíblia, a longanimidade [paciência] é produzida em meio às tribulações: "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz paciência, e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança ". O vocábulo 'paciência' vem do grego 'makrothumia' que denota tolerância, paciência, firmeza, resistência e resignação. Seria a capacidade de suportar a perseguição e maus-tratos. Segundo o escritor aos Hebreus, pela fé e paciência, herdamos a promessa (6:12).
1.2. A bênção da longanimidade - Paulo, em sua epístola aos Romanos diz "Quem nos separará do amor de Cristo? Será
tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou
espada?". E mais: "Em todas estas coisas, porém, somos mais que
vencedores, por meio daquele que nos amou". Nós somos mais do que vencedores. A longanimidade é produzida em meio às tribulações, mas mesmo nas tribulações, somos mais do que vencedores.
1.3. A longanimidade produz a credibilidade - a longanimidade/paciência produz a experiência. Pra que serve a experiência? Para produzir a esperança, ela mantém o nosso olhar naquilo que Deus nos prometeu. Enquanto a fé nos faz olhar para Cristo, aquele que nos prometeu, a esperança nos faz olhar para o que ele nos prometeu: a vida eterna, as bênçãos futuras (II Pe 1:3-10). Tudo o que Deus fez e faz por nós, em nós e através de nós é com um propósito eterno. Não podemos perder isso de vista. Caso contrário, nosso ego é quem estará no comando.
2. O verdadeiro exemplo de longanimidade - Jesus Cristo, o nosso Senhor e Salvador. O Messias enviado ao mundo, não para condená-lo, mas para justificá-lo, para salvá-lo, para libertá-lo.
2.1. Longanimidade é amar sem ser amado - Em I Pedro 1:22 podemos ler: "Purificando a vossa alma na obediência à verdade, para a caridade/amor, não fingida, amai-vos ardentemente uns aos outros com um coração puro". O coração só será puro para amar se for purificado na obediência à verdade. Pureza fala de ausência de má intenções. Quando amamos com um coração puro, nosso amor é altruísta, como definido em I Coríntios 13.
2.2. Ser longânime [A longanimidade de Cristo, na verdade, não a nossa] garante a salvação - O texto escolhido pelo comentarista nesse tópico encontra-se na primeira carta de Paulo a Timóteo 1: 16, que diz: "Mas, por isso, alcancei [Paulo] misericórdia, para que, em mim, que sou o principal [pecador], Jesus Cristo manifestasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna". A longanimidade de Cristo se manifestou na vida de Paulo, como principal pecador, perseguidor da Igreja, mas alcançado pela misericórdia de Deus, para servir de exemplo da sua longanimidade. Isso acontece em nossas vidas quando nos rendemos à vontade de Deus e agimos com toda a longanimidade e fé. (I Tm 4:12b). Não comunicando com as obras infrutíferas das trevas, mas condenando-as (Ef 5:11).
2.3. A longanimidade opera a paciência - Biblicamente falando, longanimidade e paciência são o mesmo vocábulo. Nas tribulações, nas tentações, nos momentos difíceis o cristão encontra, na pessoa do Espírito Santo, a longanimidade necessária para atravessar e vencer esses momentos, certo de que tudo é passageiro. Há um versículo que diz que "na vossa paciência, possuí a vossa alma". Lucas 21:19. Nesse contexto, a alma é símbolo das nossas emoções, afeições, desejos, vontade. É também a nossa mente, razão e compreensão. Jesus estava ministrando o Sermão Profético, falando sobre o princípio das dores, da perseguição que sofreremos na terra. Perder a alma é entrar em desespero, é deixar que as emoções aflorem ao ponto de não percebermos a mão do Senhor agindo em nosso favor. Mas o cristão enxertado na oliveira verdadeira tem a presença do Espírito Santo, do viver do Senhor em sua vida, e sabe que é ele quem nos capacita a sermos longânimos na hora necessária.
3. Lições práticas
3.1. Longanimidade é controlar impulsos - No versículo acima percebemos essa verdade. Ter o controle é para quem não perde a sua alma. Pacientemente a pessoa vai sofrendo ofensas até que enfim perceba que não é o único a sofrer perseguições. Temos como exemplo de sofrimento os amados irmãos dos tempos primórdios. Mas quem conhece a história da Igreja, sabe que nunca houve momento de inteira paz entre o mundo e as pessoas que levam a Palavra de Deus para todos os lugares. Perseguiram o Senhor Jesus e, é claro, não somos servos do Senhor? Jesus disse que se O perseguiram, também isso fariam a nós os seus servos. Além disso, devemos nos lembrar que Deus é igualmente longânime para conosco. Números 14:17: "O Senhor é longânimo e grande em beneficência, que perdoa a iniquidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente e visita a iniquidade dos pais sobre os filhos até à terceira e quarta geração".
3.2. O bom evangelista tem que ser longânime - Essa deve ser uma característica presente na vida de todo o cristão. Principalmente, dos que têm o encargo na obra do Senhor. Pensamos muito a respeito das pessoas de coração endurecido em relação à Palavra de Deus. Na parábola do semeador (você pode conferir um estudo neste blog sobre esse assunto), o Senhor falou sobre quatro tipo de solo onde a semente pode cair. Há pessoas que, devido o 'tráfico de influências', têm o coração tão endurecido que fica fácil o inimigo arrebatar a Palavra semeada em seu coração. Nós semeamos. Outro colhe, mas certamente, é Deus quem dá o crescimento. Não somos nós que convencemos as pessoas a olharem para Cristo, mas o Espírito Santo que, como um refletor, aponta para o autor e consumador da nossa fé: Jesus Cristo. Mas a pessoa paciente poderá trabalhar o coração dos incrédulos (II Tm 2:25), mas não só com palavras muitas vezes persuasivas, mas com a sua própria conduta, com suas ações, com sua vida. O exemplo vale mais do que mil palavras. E muitas pessoas no mundo não se convertem por causa dos maus exemplos que têm visto por parte dos que se dizem cristão, embora nem todos tenham chegado ao pleno conhecimento da Verdade, mesmo sendo crentes. A atitude do cristão ao levar a preciosa semente é "andando e chorando", esse colherá os seus molhos. Porque, "ao servo do Senhor não convém contender, mas, sim, ser manso para com todos, apto para ensinar, sofredor". (II Tm 2:24). O bom evangelista, o bom pastor, o bom líder serve de exemplo para os fiéis também (I Pe 5:1-4).
3.3. Aprendendo a ser longânime - Vimos no versículo 17 de Números 14 que Deus é longânimo e a sua longanimidade nos leva ao arrependimento (Rm 2:4). Mas para verdadeiramente aprender os exemplos dos servos de Deus, e do próprio Senhor Jesus Cristo, devemos sempre ler, meditar e guardar (observar) a Bíblia. Não há como amadurecermos sem leitura da Bíblia, sem exercitar as verdades contidas em suas páginas, sem amar o próximo. Qualquer coisa que aprendemos longe da Palavra ou que se distancia dela, não tendo a Bíblia como referência, é falácia. Não leva ninguém ao crescimento, muito menos ao amadurecimento espiritual. Até porque, quanto mais amadurecemos na fé, mais nos tornamos 'como criança', mais somos dependentes de Deus, de Seu Amor, de Sua graça e de Sua Misericórdia.
Todo aquele que quer realmente servir o Senhor e frutificar no Espírito, deve ler a Bíblia, deve questionar aqueles que trazem heresias, sutilmente, para o meio cristão. A longanimidade só é possível quando exercitada em amor. O amor é o dom mais precioso, é o vínculo da perfeição. Se quisermos ser exemplo para os fiéis e levar os infiéis a Cristo, temos que exercitar o amor. É preciso conhecer a Palavra de Deus para não sermos enganados com palavras persuasivas, recheadas de sabedoria humana, de achismos, mas que, na verdade, não edificam e muito menos transformam vidas. "E conhecereis [mediante experiência pessoal] a verdade; e a verdade vos libertará". João 8:32.
Deus abençoe sua vida.
Todo aquele que quer realmente servir o Senhor e frutificar no Espírito, deve ler a Bíblia, deve questionar aqueles que trazem heresias, sutilmente, para o meio cristão. A longanimidade só é possível quando exercitada em amor. O amor é o dom mais precioso, é o vínculo da perfeição. Se quisermos ser exemplo para os fiéis e levar os infiéis a Cristo, temos que exercitar o amor. É preciso conhecer a Palavra de Deus para não sermos enganados com palavras persuasivas, recheadas de sabedoria humana, de achismos, mas que, na verdade, não edificam e muito menos transformam vidas. "E conhecereis [mediante experiência pessoal] a verdade; e a verdade vos libertará". João 8:32.
Deus abençoe sua vida.
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