Lição 8: A Igreja e sua influência na sociedade
A Bíblia nos ensina que somos peregrinos na terra. Isso significa que caminhamos em direção ao nosso destino eterno: aqueles que são fiéis ao Senhor e ao Seu chamamento até à morte terão como destino o céu. Mas aqueles que são infiéis e que desprezam o Senhor e Seus ensinamentos, o triste destino preparado para Satanás e seus anjos: o lago de fogo e enxofre. Mas a Bíblia também nos ensina a sermos submissos às autoridades, porque toda autoridade é constituída por Deus. Como 'cidadãos' terrenos, devemos ser exemplo para os demais, a fim de que o nome do Senhor Deus não seja blasfemado entre os ímpios.
Esse não é o foco do corpo de Cristo, mas de cada indivíduo que serve o Senhor, individualmente falando. Não acredito que a Igreja influencie a sociedade, mas acredito que o testemunho de um cristão pode influenciar de forma negativa ou positiva aqueles à sua volta. O alvo da Igreja, mesmo quando ela faça boas obras, ainda é o Senhor Jesus. Enquanto caminhamos temos o dever de revelar Cristo ao mundo, mediante nosso testemunho de vida.
1. A Igreja e o Estado
A História nos mostra o quão perniciosa foi a união da Igreja com o Estado. O quanto ela se tornou poderosa, rica e influente, mas infelizmente, ela perdeu a sua identidade, deixando a centralidade de Cristo. Nunca, em tempo algum, a união da Igreja com o Estado pode nos trazer frutos benéficos.
1.1. A Igreja Primitiva e o Império Romano
Paulo ao escrever aos Romanos fala sobre a justificação pela fé em Cristo Jesus. Somos salvos pela graça, mediante a fé em Cristo Jesus. Mesmo a Lei sendo boa, ela ficou inflamada pelo pecado e, por essa razão, tornou-se insuficiente para nos justificar diante de Deus. Mas, pela graça de Deus, Ele próprio nos justificou. Nada mais poderá nos separar do Amor de Deus que está em Cristo Jesus.
A Igreja Primitiva praticava muitas obras que revelavam o quanto eles haviam ganhado do Senhor em termos de comunhão. Havia entre eles uma certeza que os movia em direção a Deus, a despeito de todas as perseguições e em direção uns dos outros. Para o ímpio, pouco importam os valores que Igreja possui ou acredita. Jesus disse que ele era o Senhor e o Mestre. Ele fazia o bem e falava das maravilhas e das grandezas de Deus. Mas isso não impediu que ele fosse morto numa cruz. Isso porque o mundo o aborreceu e odiou. E isso também farão conosco. Está escrito em João 15.19-21 diz: "Se fôsseis do mundo, ele vos amaria como se pertencêsseis a ele. Entretanto, não sois propriedade do mundo; mas Eu vos escolhi e vos libertei do mundo; por essa razão, o mundo vos odeia. Recordai-vos das palavras que Eu vos disse: ‘nenhum escravo é maior do que o seu senhor’. Se me perseguiram, também vos perseguirão. Se obedeceram à minha Palavra, igualmente obedecerão à vossa orientação. Contudo, o mundo vos tratará mal por causa do meu Nome, pois eles não conhecem Aquele que me enviou".
O Império Romano deu início a uma grande perseguição aos cristãos. Uma verdadeira carnificina. Não por causa das obras que os cristãos faziam, mas porque aqueles amados irmãos não eram do mundo, assim como também não era o Seu Senhor.
1.2. A Deus e a César
É lícito pagar tributo? Isso é indiscutível.
1.3. Cidadania
O cristão pode (e deve) exercer sua cidadania. Ele deve votar, pode se posicionar em relação aos assuntos. Há alguns que até se elegem em cargos políticos. Entretanto, como a própria História tem demonstrado, a Igreja no poder aliada ao Estado descai da graça e vira desgraça.
2. Responsabilidade Social
Como exercício do Amor de Deus em nós, sim, devemos nos unir na prática da caridade e do amor fraternal não fingido.
2.1. A Crítica Social no Antigo Testamento
As repreensões que Deus fazia no Antigo Testamento estavam relacionadas à apostasia do povo em relação a Deus e às suas Leis e, por isso mesmo, vão além da responsabilidade social da nação. A ignorância do povo em relação às Leis fazia com que ele andasse em seus próprios caminhos. Desse modo, não havia justiça, não havia algo que agradasse o Senhor. Então Ele levantava profeta. "Não havendo profecia, o povo se corrompe" (Pv 29.18).
2.2. Responsabilidade Social na Igreja Primitiva
O cuidado dos irmãos uns para com os outros era a prova do transformar de Deus na vida deles. Os irmãos ouviam a Palavra e eram transformados por ela. E eles respondiam ao amor de Deus amando e velando uns pelos outros. Havia amor, temor e comunhão. Não havia 'religião'. O Corpo de Jesus não era segmentado por denominações. Todos eram um só em Cristo. O resultado era a defesa uns dos outros. Se um padecia, todos igualmente padeciam com ele. Não era porque havia lei que os obrigassem a amar o próximo. Para o exercício do amor não há lei. Mas Jesus disse: "Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros" (Jo 13.35). Se nos falta amor, então, não podemos dizer que somos discípulos de Jesus.
2.3. A Missão Integral
O comentarista faz um comentário totalmente infeliz neste tópico. Poderia dizer que é idiotice pura. Ninguém ama só o espírito, ou só a alma, ou só o corpo. Ou você ama ou você não ama. O maior problema do Cristianismo na atualidade é que ele tem deixado o próprio Cristo. Ele dividiu a cabeça do corpo. E pensa que vive, mas está morto. Mas graças a Deus que Ele tem deixado um remanescente. Para nossa tristeza e vergonha, o Cristianismo atual se preocupa em colher fruto entre os ímpios. Em receber aplausos por suas ações. Em ser visto como alguém que faz, não como alguém que é transformado pelo poder da Palavra de Deus.
3. Vivendo Segundo os Valores do Reino
3.1. A Família e A Igreja
A família é muito importante para a construção ou perpetuação de valores. Ela é importante para a construção de indivíduos. Mas infelizmente, até mesmo no meio da Igreja, as famílias têm sido menosprezadas em detrimento do orgulho, da arrogância, da vaidade, da maldade do coração de homens e de mulheres. Muitas vezes pregamos o amor. Mas há obreiros que deixam suas esposas e contraem novos casamentos. Há outros que abandonam mulher e filhos para "fazerem a obra". A maior obra que existe no mundo é a transformação de um pecador em nova criatura. Como eu posso querer ganhar almas lá fora, se no nosso lar as vidas não têm sido tocadas pelo falar do Senhor. E na verdade, nem pode estar, porque para muitos ser cristão é pegar uma bíblia, por debaixo do braço e ir para as reuniões. Mas não se trata disso. Ser cristão não é nem mesmo ser religioso. Ser cristão começa dentro de nós, com uma transformação do nosso espírito. Em nosso homem interior temos comunhão com Deus, amamos o próximo, especialmente os da nossa casa e os domésticos da fé. Sem o amor, que é o vínculo da perfeição (Cl 3.14), como podemos fazer alguma coisa pelo próximo, ainda que seja da nossa casa?
3.2. Princípios morais
O maior de todos é ainda o amor. Quando o marido ama a esposa, como Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, não há dificuldade em a esposa se submeter ao marido. Mas as inversões de papéis nos lares estão causando males que contaminam toda a humanidade.
As feministas que me perdoem. Mas a mulher ter deixado a sua casa, mesmo tendo um marido que ganha o suficiente para sustentar a casa toda, para trabalhar e ter entregue seus filhos aos cuidados de terceiros, ou mesmo ao abandono, tem feito um desserviço para a sociedade. Ela luta para ter direitos iguais, luta para ter salários iguais, luta para ter reconhecimento, mas abandona seus filhos, que também têm direitos. Direito de serem amados, cuidados, protegidos, alimentados. O amor que falta na sociedade, na verdade falta nos lares. Inclusive de cristãos.
3.3. Coerência entre fé e prática
Viver o que prega é um grande desafio para muitos ministros do evangelho. Sem mencionar práticas pecaminosas, falemos da falta de responsabilidade para com os membros da própria família. Ensinamos os outros, mas não ensinamos nossos filhos. Lemos a bíblia nas reuniões da Igreja, mas não lemos em casa com nossos filhos. Falamos de amor, mas não vivemos no amor. Falamos de comunhão, mas não suportamos os nossos relacionamentos conjugais. Falamos de unidade, mas estamos cada vez mais divididos.
Precisamos retornar a um viver que agrade a Deus. Precisamos retornar para uma vida pia e justa na presença de Deus e dos homens. Precisamos voltar a sermos como o Senhor deseja que sejamos: filhos amados, mas também que saibam amar e que vivam o amor e a fé.
Deus abençoe sua vida.
Comentários
Postar um comentário