Palavra de encorajamento para quem se encontra desanimado.
Se eu fosse escolher um versículo para combater qualquer desânimo na minha mente, escolheria aquele de João 14.1: "Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim". De acordo com Strong [5015], o vocábulo 'turbar' nesse contexto é /'tarassestho'/ de /'tarasso'/, que significa agitar, sacudir, causar uma comoção interna a alguém, tirar sua paz de mente, perturbar sua tranquilidade; inquietar, tornar impaciente, preocupar; inquietar o espírito de alguém com medo e temor; tornar-se ansioso ou angustiado; causar perplexidade à mente de alguém ao sugerir escrúpulos ou dúvidas.
Então, o Senhor Jesus está dizendo aos discípulos: "Não vos inquietem; não vos impacientem; não vos desesperem; não vos preocupem; não se encha de medo e de temor o vosso coração; não vos angustiem; não se tire a paz de vossa mente". Todos nós quando nos inquietamos, quando nos turbamos, quando nos enchemos de medo e de temor, nós deixamos de pensar de forma racional. Não vemos as coisas com clareza e, por isso mesmo, agimos por impulso, de forma descontrolada, descomedida. Quando vemos, já ofendemos, já magoamos, já machucamos alguém, até mesmo fisicamente. Falta de controle é o que define alguém embriagado. A bíblia nos diz que devemos vigiar, ser sóbrios em todo o tempo. Andar e trabalhar enquanto é dia, a fim de vermos com clareza todas as coisas.
Jesus disse: "Não se turbe o vosso coração". O que Ele nos diz é que há a possibilidade de enchermos o nosso coração de preocupações, de inquietações, de angústias sejam elas relacionadas a situações concretas, reais ou imaginárias. O vocábulo 'coração' no original é /'Kardia'/ (Strong 2588), que pode denotar o centro de toda a vida física e espiritual, o vigor e o sentido da vida física; o centro e o lugar da vida espiritual. A alma, ou a mente como fonte e lugar dos pensamentos, das paixões, dos desejos, dos apetites, das afeições, dos propósitos, dos esforços. Do entendimento, a faculdade e o lugar da inteligência.
No livro do profeta Jeremias 17.9,10 podemos ler que "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso, quem o conhecerá? Eu, o Senhor, esquadrinho o coração e provo os rins; e isto para dar a cada um segundo o fruto das suas ações". O vocábulo para 'enganoso' é /'akob'/ (Strong 6121) que é derivado de /'akab'/ (Strong 6117). /'Akab'/ é a forma verbal usada em português significando suplantar, lograr, pegar pelo calcanhar, seguir no encalço de, atacar traiçoeiramente, burlar. Essa é a descrição de Jacó antes do encontro com o Senhor. Agora o termo /'akob'/ descreve um coração enganoso, astucioso, traiçoeiro. A primeira pessoa que ele pode trair somos nós mesmos. O coração é tão desgraçadamente enganoso, traiçoeiro, que o Senhor chega a dizer que "maldito é o homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração do Senhor". Porque, o companheiro pode trair, enganar, suplantar, burlar, agir de forma traiçoeira. Mas não o Senhor. Por isso Jesus disse: "Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim".
O vocábulo 'perverso' tem uma conotação muito pesada no seu original. Descreve um coração doente, mas de forma incurável. O coração é perverso, desesperadamente corrupto, doente. Esse é o nosso coração sem Deus. Não há esperança. Sua doença é incurável. O pior de tudo é que ainda nos achamos bons. Olhamos para nós mesmos e vemos coisas boas. Mas nosso coração não é. Com ele adoramos a Deus e amaldiçoamos os homens usando nossos lábios. Mas... louvado seja Deus por esse 'mas'. O Senhor é quem esquadrinha o coração.
Esquadrinhar é "examinar atentamente algo; é perscrutar. É procurar algo em todos os cantos e lugares, palmo a palmo" (Dicionário Online Português - https://www.dicio.com.br/esquadrinhar). O vocábulo original /'chaqar'/ tem essa mesma conotação. É um verbo que significa procurar, esquadrinhar, explorar, examinar detalhadamente. Há um objetivo, um propósito que leva o Senhor a esquadrinhar o coração humano, que é "para dar a cada um segundo o fruto das suas ações". Há uma postagem aqui no blog que faço explanações sobre 'o fruto' daqueles que estão em Cristo (https://josineidemartins.blogspot.com/2020/04/breve-comentario-sobre-nossa-posicao-em.html).
As nossas ações vão determinar se estamos no Senhor ou não. Mas nós agimos de acordo com o que está em nosso coração. Se Cristo está no centro de nosso coração, de nossa vida e propósito, então podemos acreditar que as nossas ações se inclinarão para aquilo que aprendemos do Senhor, ou seja, para Ele mesmo, andaremos no Espírito e não segundo as concupiscências da carne, dos olhos ou da soberba da vida. Se Cristo é o que preenche nosso coração, as coisas espirituais virão, certamente, nos preencher. Mas se nós mesmos estamos no centro do nosso coração, o que nos resta é pensar em nós, em nossas necessidades, em nossos desejos, em nossos alvos, projetos. E quando alguém ou alguma coisa nos atrapalham nisso, então o nosso coração perde o prumo. Ele começa a ficar turbado, preocupado, inquieto, angustiado. Essas são respostas para os corações em conflito, que confiam em outras coisas e não em Deus. Por isso Jesus complementa a frase "Não se turbe o vosso coração" com "Crede em Deus, crede também em mim".
O vocábulo usado para 'crede' é /'pisteuete'/ de /'pisteuo'/ (Strong 4100), que significa pensar que é verdade, estar persuadido de, acreditar, depositar confiança em. No Novo Testamento é um termo usado para convicção e verdade para a qual um homem é impelido por uma certa prerrogativa interna e superior a lei da alma. Confiar em Jesus ou em Deus como capaz de ajudar, seja para obter ou para fazer algo é uma fé salvadora. A pessoa que apenas tem um mero conhecimento de algum fato ou evento possui uma fé intelectual. Ou seja, ele não teve uma experiência com Jesus ou com Deus que o leve a crer que Deus é capaz de fazer qualquer coisa, mesmo o impossível.
Quando turbamos o nosso coração, nossa fé está abalada, na melhor das hipóteses. Porque na maioria das vezes, nos falta a fé. Mas quando cremos em Deus, sabemos que todas as coisas vão contribuir para o nosso bem. Sejam elas boas, sejam elas más. Temos a tendência de culpar a Deus pelas intemperes da vida, como se ele pudesse intervir e não o faz porque certamente não existe ou não é bom. Coisas boas acontecem com pessoas más, assim como acontecem com pessoas boas. Coisas ruins acontecem com pessoas ruins, assim como acontecem com pessoas boas. A diferença é que, quando temos fé em Deus, não nos colocamos como bons diante de Deus, mas temos convicção de que Deus é bom. e, mesmo se ele não intervir em determinadas questões, não significa que ele não nos ama. Além disso, quando cremos em Deus sabemos que ao dar livre arbítrio às pessoas, a culpa cai sobre aquele que pratica a ação, é escolha daquela pessoa. Mas, mesmo essa pessoa que age com maldade em determinadas situações terá seu coração esquadrinhado por Deus.
Deus nos ensina a perdoar. Deus nos ensina a amar. Deus nos ensina a retribuir o mal com o bem. Deus nos ensina a querer o bem de todos e orar por todos. As coisas que as pessoas fazem contra nós, a falta de amor com que nos deparamos em relação aos outros, a falta de compreensão, o fato de sermos atingidos pelas coisas ruins que acontecem a todos na face da terra não nos torna nem melhores e nem piores no conceito de Deus. Mas quando nós praticamos a ação, sim. Se amamos aqueles que não nos amam, se somos compreensíveis com os erros dos outros, se somos pessoas que fazem o bem, estando no Senhor, essas ações nos tornarão diferentes aos olhos do Senhor. O praticante da ação é responsável por ela. Cabe a nós o perdão. Cabe a nós a compreensão. E nos afastar daquele caminho que nos distancia do nosso Pai Celeste e nos faz duvidar dele e de sua bondade.
Que Deus abençoe sua vida em Cristo Jesus.
Amém! Que Deus abençoe vocês por essa mensagem!
ResponderExcluirGostaria de contribuir com vocês através dessa postagem no site Conselheiro Cristão
https://conselheirocristao.com.br/mensagem-de-incentivo-para-o-novo-convertido/
Parabéns pelo blog!