"Cultivando o diálogo, a renúncia e a "tolerância""
Essa semana decidi que não vou comentar a Lição da EBD da Editora Betel como fiz nas anteriores. Vou apenas utilizar esse mesmo tema para realizar algumas reflexões sobre a lição. E, ao invés de tolerância, gostaria de utilizar o vocábulo 'aceitação'.
1. O diálogo é o mecanismo de comunicação interpessoal mais utilizado desde a fundação do mundo. Entretanto, poucas pessoas conseguem obter sucesso por meio dele. Por quê? Talvez o que seja mais difícil num relacionamento não esteja nessa ferramenta em si, mas na intencionalidade embutida no diálogo. Algumas pessoas não são transparentes em suas intenções, o que dificulta a credibilidade e aceitação por parte do outro. O objetivo do diálogo no relacionamento é a comunicação.
Quando Deus fez o homem, Ele disse que não era bom que o homem ficasse só (Gn 2:18). Adão, o primeiro homem, formado do pó da terra, mantinha um diálogo com Deus, mas não havia uma companheira que lhe fosse idônea. O vocábulo 'idônea' significa 'adequada', 'conveniente'. O termo na Bíblia Vulgata para 'idônea a ele' é 'similem lui'. Significa 'parecida', 'similar'. Então homem e mulher deveriam viver juntos, compartilhando de tudo o que o Senhor Deus criara. Havia diálogo entre eles, havia comunicação. Uma prova disso é o que observamos no diálogo entre a serpente e Eva (Gn 3:1-5). Embora tivesse autonomia para tomar as próprias decisões, Eva havia sido alertada a respeito do que Deus havia estabelecido anteriormente e dito a Adão. Suas decisões teriam que ser pautadas no respeito ao esposo, e ao Deus que os havia criado.
Nos dias atuais, o diálogo está cada vez mais raro. Antes havia somente a TV, o que já causara grande prejuízo ao relacionamento íntimo, pois os programas foram aos poucos roubando o tempo que o casal tinha de estar juntos. Quando um casal saía para conversar e estar um pouco a sós, longe dos problemas domésticos, procuravam um restaurante ou um lugar propício ao diálogo. Depois, novamente a TV rouba o espaço entre o casal. Em lugar das músicas de fundo, ou 'música ambiente', agora estão as programações que continuam afastando o casal. Quando há música, o volume é tão alto que o que resta fazer é deixar os olhos vagarem pelo ambiente, simplesmente para não fixá-lo nos olhos da outra pessoa, ou mesmo deixá-los à procura de algo. Mas de quê? Além disso, as redes sociais também têm conquistado um lugar de muito destaque nas relações interpessoais. O casal não se comunica entre si, nem com os filhos, nem com os amigos. Tudo é feito através dos aparelhos eletrônicos. A distância está cada vez mais abismal. E as relações catastróficas. [Os aparelhos eletrônicos e as redes sociais são extraordinariamente maravilhosas. Em tempo real as pessoas do mundo todo têm imagens de acontecimentos jamais visto ou imaginados. Não critico essa evolução, mas sim o fato de que as pessoas não conseguem dosar nada. O que deveria somar na vida do casal, passa a ser motivo de discórdia e desentendimentos diários].
2. Renúncia. O triste nessa palavra é que na maioria das vezes abrimos mão de muita coisa e nosso cônjuge de quase nada. A impressão que dá é que perco algo, mas nada ganho. Errado. Mesmo que devamos abrir mão de muita coisa em prol da felicidade mútua, em prol do relacionamento, quando marido e mulher cumprem seus papéis no casamento, o lar se torna um lugar de edificação, de construção de caráter. Relacionar-se é muitas vezes tirar a máscara e, em determinados momentos, mostrar um pouquinho o que realmente somos. Só Deus nos conhece desde que somos gerados (Salmos 139). Nosso maior exemplo de renúncia temos em Jesus. Ele renunciou sua glória, Deixou de ser Deus, esvaziou-se de si mesmo para ser um servo. Foi obediente até à morte, e morte de cruz. (Fp 2:5-11). A primeira coisa que devemos renunciar é a nós mesmos. Se realmente amamos o nosso cônjuge como em I Co 13, negar-se a si mesmo é um dos aspectos do amor verdadeiro. Devemos renunciar as coisas e os prazeres mundanos. Nosso cônjuge deve ser mais importante do que qualquer outra coisa, exceto Deus.
Ao invés disso, somos egoístas, mesquinhos, egocêntricos. O que num relacionamento torna tudo mais difícil. Amar é necessário. Ninguém vive só. Não foi pra isso que nascemos nesse mundo. Aqui devemos ser provados para, finalmente, sermos aprovados. A vida nos dá lições diárias nos relacionamentos. Nós é que somos tardios em perceber isso. E as provas virão porque sem elas, como saberei que estou já perfeito e aprovado pelo Senhor?
3. Tolerância ou Aceitação. Quando o Senhor nos disse: amarás ao próximo como a TI MESMO: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Mt 22:37-39, Ele sabia que quem ama cumpre o que a Bíblia diz. Não adultera, não trai, não é desleal, não é egoísta, não busca os próprios interesses, não se ensoberbece, ao contrário disso. Isso é amar. Paulo escreveu aos Romanos: "A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei". Rm 13:8. Não devemos pensar que se nosso cônjuge fosse deste ou daquele modo que nós o amaríamos mais. Porque ninguém é perfeito. Quando alguém está em crise no relacionamento e me pede uma opinião, eu sempre respondo: ninguém é perfeito. E há defeitos mais toleráveis do que outros. Se ele é pão duro, e você acha difícil suportar, acha que suportaria alguém que fosse mulherengo, ou beberrão, ou irresponsável com as contas, ou desonesto, ou mau caráter? Bem, melhor um pão duro nessa lista toda.
Alguns significados aplicados à palavra tolerância estão relacionados ao fato de uma pessoa 'fechar os olhos' para os defeitos do outro. Mas não é isso que a Bíblia nos ensina. Amar, aceitar o outro é perceber que ele tem este ou aquele defeito, mas amá-lo mesmo assim. Não é ignorar o defeito e sim encontrar qualidades pelas quais vale a pena estar ao lado dele.
Que Deus abençoe sua vida.
1. O diálogo é o mecanismo de comunicação interpessoal mais utilizado desde a fundação do mundo. Entretanto, poucas pessoas conseguem obter sucesso por meio dele. Por quê? Talvez o que seja mais difícil num relacionamento não esteja nessa ferramenta em si, mas na intencionalidade embutida no diálogo. Algumas pessoas não são transparentes em suas intenções, o que dificulta a credibilidade e aceitação por parte do outro. O objetivo do diálogo no relacionamento é a comunicação.
Quando Deus fez o homem, Ele disse que não era bom que o homem ficasse só (Gn 2:18). Adão, o primeiro homem, formado do pó da terra, mantinha um diálogo com Deus, mas não havia uma companheira que lhe fosse idônea. O vocábulo 'idônea' significa 'adequada', 'conveniente'. O termo na Bíblia Vulgata para 'idônea a ele' é 'similem lui'. Significa 'parecida', 'similar'. Então homem e mulher deveriam viver juntos, compartilhando de tudo o que o Senhor Deus criara. Havia diálogo entre eles, havia comunicação. Uma prova disso é o que observamos no diálogo entre a serpente e Eva (Gn 3:1-5). Embora tivesse autonomia para tomar as próprias decisões, Eva havia sido alertada a respeito do que Deus havia estabelecido anteriormente e dito a Adão. Suas decisões teriam que ser pautadas no respeito ao esposo, e ao Deus que os havia criado.
Nos dias atuais, o diálogo está cada vez mais raro. Antes havia somente a TV, o que já causara grande prejuízo ao relacionamento íntimo, pois os programas foram aos poucos roubando o tempo que o casal tinha de estar juntos. Quando um casal saía para conversar e estar um pouco a sós, longe dos problemas domésticos, procuravam um restaurante ou um lugar propício ao diálogo. Depois, novamente a TV rouba o espaço entre o casal. Em lugar das músicas de fundo, ou 'música ambiente', agora estão as programações que continuam afastando o casal. Quando há música, o volume é tão alto que o que resta fazer é deixar os olhos vagarem pelo ambiente, simplesmente para não fixá-lo nos olhos da outra pessoa, ou mesmo deixá-los à procura de algo. Mas de quê? Além disso, as redes sociais também têm conquistado um lugar de muito destaque nas relações interpessoais. O casal não se comunica entre si, nem com os filhos, nem com os amigos. Tudo é feito através dos aparelhos eletrônicos. A distância está cada vez mais abismal. E as relações catastróficas. [Os aparelhos eletrônicos e as redes sociais são extraordinariamente maravilhosas. Em tempo real as pessoas do mundo todo têm imagens de acontecimentos jamais visto ou imaginados. Não critico essa evolução, mas sim o fato de que as pessoas não conseguem dosar nada. O que deveria somar na vida do casal, passa a ser motivo de discórdia e desentendimentos diários].
2. Renúncia. O triste nessa palavra é que na maioria das vezes abrimos mão de muita coisa e nosso cônjuge de quase nada. A impressão que dá é que perco algo, mas nada ganho. Errado. Mesmo que devamos abrir mão de muita coisa em prol da felicidade mútua, em prol do relacionamento, quando marido e mulher cumprem seus papéis no casamento, o lar se torna um lugar de edificação, de construção de caráter. Relacionar-se é muitas vezes tirar a máscara e, em determinados momentos, mostrar um pouquinho o que realmente somos. Só Deus nos conhece desde que somos gerados (Salmos 139). Nosso maior exemplo de renúncia temos em Jesus. Ele renunciou sua glória, Deixou de ser Deus, esvaziou-se de si mesmo para ser um servo. Foi obediente até à morte, e morte de cruz. (Fp 2:5-11). A primeira coisa que devemos renunciar é a nós mesmos. Se realmente amamos o nosso cônjuge como em I Co 13, negar-se a si mesmo é um dos aspectos do amor verdadeiro. Devemos renunciar as coisas e os prazeres mundanos. Nosso cônjuge deve ser mais importante do que qualquer outra coisa, exceto Deus.
Ao invés disso, somos egoístas, mesquinhos, egocêntricos. O que num relacionamento torna tudo mais difícil. Amar é necessário. Ninguém vive só. Não foi pra isso que nascemos nesse mundo. Aqui devemos ser provados para, finalmente, sermos aprovados. A vida nos dá lições diárias nos relacionamentos. Nós é que somos tardios em perceber isso. E as provas virão porque sem elas, como saberei que estou já perfeito e aprovado pelo Senhor?
3. Tolerância ou Aceitação. Quando o Senhor nos disse: amarás ao próximo como a TI MESMO: “Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Mt 22:37-39, Ele sabia que quem ama cumpre o que a Bíblia diz. Não adultera, não trai, não é desleal, não é egoísta, não busca os próprios interesses, não se ensoberbece, ao contrário disso. Isso é amar. Paulo escreveu aos Romanos: "A ninguém devais coisa alguma, senão o amor recíproco; pois quem ama ao próximo tem cumprido a lei". Rm 13:8. Não devemos pensar que se nosso cônjuge fosse deste ou daquele modo que nós o amaríamos mais. Porque ninguém é perfeito. Quando alguém está em crise no relacionamento e me pede uma opinião, eu sempre respondo: ninguém é perfeito. E há defeitos mais toleráveis do que outros. Se ele é pão duro, e você acha difícil suportar, acha que suportaria alguém que fosse mulherengo, ou beberrão, ou irresponsável com as contas, ou desonesto, ou mau caráter? Bem, melhor um pão duro nessa lista toda.
Alguns significados aplicados à palavra tolerância estão relacionados ao fato de uma pessoa 'fechar os olhos' para os defeitos do outro. Mas não é isso que a Bíblia nos ensina. Amar, aceitar o outro é perceber que ele tem este ou aquele defeito, mas amá-lo mesmo assim. Não é ignorar o defeito e sim encontrar qualidades pelas quais vale a pena estar ao lado dele.
Que Deus abençoe sua vida.
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