As três atitudes do crente - breve leitura do livro de Watchman Nee
Iniciando em seu prefácio com a
afirmação: “Este livro contém mensagens
que expressam a triunfante certeza e confiança na obra consumada de Cristo, e o
sentimento humilde dos cristãos a respeito das elevadas qualidades que o Senhor
exige de seus servos”, o livro toca o nosso coração pela simplicidade
característica dos servos que alcançaram a benignidade de Deus no conhecimento
de Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador. Uma leitura digna para todo aquele
que deseja conhecer e se aproximar mais das verdades contidas na Bíblia, as
Sagradas Escrituras. Em apenas três capítulos, Nee discorre sobre toda a carta
de Paulo aos Efésios, dividindo-a em duas seções: doutrinária e prática,
expressando em cada parte as três atitudes do crente em relação à sua vida
cristã: Assentar - na qual Nee
discorre sobre a posição do crente em Cristo – nas regiões celestes, Andeis – mencionando sobre a vida do
crente neste mundo e Firmes – falando
sobre a atitude do crente diante do inimigo.
Sobre esta maravilhosa epístola,
Nee faz a seguinte assertiva: “Dentre todas as cartas de Paulo, Efésios é
aquela em que encontramos as mais elevadas verdades espirituais a respeito da
vida cristã”. Ao mesmo tempo em que apresenta tais verdades elevadas que ele
chama de ‘gemas espirituais’, Efésios é também uma carta que nos ensina a
praticar essas verdades.
Watchman Nee inicia o primeiro
capítulo com breve referência ao capítulo 1, e sobre o capítulo 2:6 ele diz que
essa passagem revela o segredo de uma vida celestial. Mais ainda, “a vida cristã não começa com o andar, começa
com o assentar”. Esse é o primeiro capítulo do livro: Assentar.
Após a purificação de nossos
pecados, Jesus assentou-se à destra da Majestade nas alturas (Hb 1:3). Se nós
iniciamos nossa vida em Cristo, também enxergamo-nos assentados com ele nas regiões celestes, porque
Deus nos abençoou em Cristo com todas as bênçãos espirituais (Ef 1:3). Mas o
que significa assentar? Significa deixar nosso peso total – a nossa pessoa,
nosso futuro, nossas aflições, tudo – sobre o Senhor. Isso significa que o
trabalho inicial é do Senhor e não nosso. Deus já havia providenciado tudo e só
nos convida para o banquete (Lc 14:17). E, segundo as riquezas de sua graça,
nos deu tudo no Amado (1:6-7).
Nosso irmão em Cristo continua
nas páginas seguintes falando a respeito desse assentar-se, desse descansar em
Deus. Para isso, ele cita alguns versículos contidos em outras cartas paulinas,
nas quais, verdades como ‘mortos para o pecado’, ‘batizados na sua morte’, ‘sepultados
com ele’, ‘ressuscitados juntamente com ele’, são todas proferidas no tempo passado, porque a obra já foi realizada.
E nós só recebemos, pela fé, dele. Entendendo, então, com Cristo fomos crucificados, mortos, ressurretos e assentados nas
regiões celestiais. Isso significa que nossa libertação do pecado, do poder
deste sobre nós, se baseia no que Deus já fez por nós. Esse é o segredo da vida
santificada.
Após essas observações, Nee
discorre sobre a parábola do ‘filho pródigo’ e diz que Jesus nos revela que de
modo supremo, na esfera da redenção, o que alegra o coração do Pai é alegrar-se
e poder gastar mais pelo retorno do filho perdido. A alegria do Pai era poder
usar no filho a melhor túnica, o melhor anel, as sandálias e homenageá-lo com
um banquete. Quando tentamos fazer algo para nos tornar aceitáveis ao Senhor,
colocamo-nos de volta debaixo da lei, e nossos esforços não passam de obras
mortas, abomináveis diante de Deus, porque não são eficazes. Quando
descansamos, iniciamos nossa vida com Deus. E finaliza com Efésios 2:4,6.
Capítulo 2. Andeis
Nesse capítulo, Watchman Nee diz que "o andar em Cristo representa nossa posição divina aqui na terra". Em outras palavras, o cidadão do céu exibe um selo de sua habitação celestial em sua própria conduta terrena. Porque só faz sentido falar muito de um céu distante se trouxermos o céu ao nosso lar, ao nosso local de trabalho, em nossos relacionamentos interpessoais. Rogo-vos que andeis de modo digno, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor. Sede uns para com os outros benignos, perdoais uns aos outros. Todas essas coisas são de fato objetivas e nos mostram um andar na presença do Senhor.
Mas, desde a queda, a questão sobre o que é certo e o que é errado tem pautado o viver do homem, isso o fez produzir seu próprio conceito de justiça ou injustiça, bem e mal. Mas para nós cristãos, o ponto de partida é diferente. A árvore da vida do Jardim do Éden para nós é Cristo. Por isso não partimos da questão do que é certo ou errado, mas iniciamos com Ele, com a própria Vida. "Nada tem produzido maiores danos ao nosso testemunho cristão do que nossa tentativa de sermos corretos e exigir correção dos outros". Para Deus a questão é de graça, não do que é certo ou errado. Ele nos tratou com injustiça? Paulo responde na cara aos Efésios 4:32: "Perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo". Agora, nossa vida deve ser governada pelo princípio da cruz e da perfeição, santidade do Pai. Como filhos, nossa responsabilidade se manifesta na afinidade de espírito e atitude com nosso Pai. Por isso se diz: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós". (Ef 5:12).
Mas qual o segredo que move a vida cristã? De onde vem o poder que em nós opera? Vem da posição que Deus nos deu em Cristo. O segredo do poder de Deus aperfeiçoado em nós está em sermos fracos, dependentes dele. Paulo orou e disse que seu desejo é que "Cristo habite pela fé em nossos corações". (Ef 3:17). Deus nos deu seu Filho, agora o que temos que fazer é deixar que Ele viva em nós, ame através de nós, opere através de nós e em nós. "Nós somos fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior... [para] conhecer o amor de Cristo". (Ef 3:16,19). O próprio Cristo se revela a nós como resposta a todas as exigências de Deus. Lembrando que Cristo disse: "Sem mim, nada podeis fazer". E é verdade, não precisamos nos esforçarmos demais, precisamos confiar nele, precisamos dele, de Cristo em nós. O que temos que fazer é confiar. Se precisamos de conhecimento do Senhor, não precisamos buscar na árvore do conhecimento. Nós temos Cristo, o qual foi feito em nós sabedoria de Deus. A lei do Espírito de vida em Cristo Jesus comunica a nós continuamente os padrões do Senhor quanto ao que é certo e o que é errado e também o modo como enfrentar as situações difíceis.
Para isso, precisamos aprender o princípio da cruz, pois nosso padrão deixou de ser o velho homem e tornou-se o novo homem. "Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do vosso entendimento; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade". (Ef 4:22-24). Por essa razão, não busquemos apenas fazer o que é certo, mas o que agrada a Deus. Por isso Paulo diz: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor". (Ef 5:15-17). Nessa passagem, Nee faz uma comparação com a parábola das 'dez virgens', fazendo um jogo de palavras: prudentemente, como sábios remindo o tempo... não sejais insensatos. Cinco prudentes, cinco insensatas, loucas. Qual a diferença entre elas? O azeite que tinham consigo. Devemos louvar o Senhor, porque "aquele que em nós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus". (Fp 1:6). E essa obra é feita com antecedência. As virgens que traziam consigo suas lâmpadas acesas e óleo de reserva, fizeram isso antes de adormecerem. Muito antes de saírem ao encontro com o noivo. O azeite das néscias também mantinham suas lâmpadas acesas, mas não por tempo suficiente, e porque não providenciaram antes, não puderam entrar para as bodas. O noivo demorou. As néscias nem imaginaram essa possibilidade. Por isso não se prepararam com antecedência. Em II Coríntios 11:2 está escrito: "Tenho-vos preparado para vos apresentar como uma virgem para um marido, a saber, a Cristo".
Precisamos estar preparados para o serviço do Senhor, logo no início. As virgens néscias tinham o Espírito Santo, mas não estavam cheias do Espírito Santo. Por isso a Palavra nos convida, "não vos embriagueis com vinho em que há contendas, mas enchei-vos do Espírito". (Ef 5:18). No final, as virgens loucas conseguiram o azeite, mas perderam o propósito para o qual necessitavam. A questão toda gira em torno do tempo [remindo o tempo, sendo prudentes, antecipando-nos], esse é o ponto central do ensino do Senhor, no fim da parábola, quando Ele admoesta os discípulos a não serem meros discípulos, mas discípulos vigilantes. A questão é: temos azeite de reserva? Temos azeite extra? Devemos manter nossa luz até a chegada do Noivo. A expressão em Efésios 5:18 para 'enchei-vos' é pelrousthe que significa 'esteja sendo enchido', ou seja, sejais continuamente enchidos. Trata-se de uma condição que nos caracteriza o tempo todo. É algo interno essa condição. É a presença constante do Espírito Santo em nosso espírito que garante que a luz de nossa lâmpada jamais se apagará, mas brilhará com força até após a meia-noite, até a aurora, se necessário. Quem é prudente vai buscar essa plenitude o mais rápido possível. Assim como Paulo que disse: "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus". (Fp 3:14).
Capítulo 3: Firmes - Essa deve ser a resistência do crente diante do inimigo, firmes, contra as astutas ciladas do diabo. Mas, sem estar devidamente assentados em Cristo, sem ter uma vida prática e santa aqui na terra, mediante a operação do Espírito Santo em nós, o crente jamais conhecerá a realidade dessa luta contra o maligno. O cristão só percebe 'carne e sangue', ou seja, um sistema mundial de reis e governos hostis, de pecadores e pessoas perversas armadas contra nós. Todavia, nossa luta é contra as astutas ciladas do diabo, contra as potestades, contra os poderes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes. Satanás procura usurpar o poderio de Deus na terra. A Igreja é chamada para desalojar o diabo de seu reino, e tornar Cristo o supremo Senhor de todos. Os golpes satânicos são certeiros contra os Filhos de Deus, e o campo de batalha é a mente [alma] e o corpo. De que forma podemos entrar nessa guerra? "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo". A ordem é ficar firmes. Por essa razão é que a maior parte da nossa armadura é de defesa, até mesmo a espada pode ser usada como arma de defesa, mas também de ataque. Em Cristo somos "mais do que vencedores" (Rm 8:37), pois Cristo já venceu o inimigo por nós. Ele morreu, mas ressuscitou. Tanto andar quanto guerrear dependem de permanecermos firmes na nossa posição em Cristo.
Segundo o irmão Nee, "talvez as dificuldades ao seu redor não se alterem; o leão poderá rugir com muito furor, como sempre; mas você não precisa ter esperança de vencer. Em Cristo Jesus você é o vencedor". Para isso, recebemos duas armas: a espada do Espírito e a oração. Devemos ter o conhecimento do nome de Jesus, e ainda conhecer a autoridade desse nome. Esse é um nome indicativo da humanidade de Cristo, investido de um título e de uma autoridade conferidos a Ele por Deus, o Pai, pela sua obediência até à morte (Fp 2:6-10). "Resume o resultado de seus sofrimentos, o nome de sua exaltação e glória; e hoje é nesse nome que é sobre todo o nome que nós nos reunimos e pelo qual rogamos ao Senhor Deus". O poder do nome de Jesus opera em três direções: 1) em nossa pregação: ele é eficaz na salvação das pessoas (At 4:10-12); pela remissão de nossos pecados, e pela purificação e justificação e santificação perante Deus (Lc 24:47; Atos 10:43; I Co 6:11); 2) Em nossa guerra espiritual, ele é poderoso contra os poderes satânicos, para amarrá-los e sujeitá-los (Mc 16:17; Lc 10:17-19; Atos 16:18); 3) em nossos pedidos, seu nome é eficaz diante de Deus, visto que duas vezes o Senhor nos disse: "E farei tudo o que pedirdes em meu nome..." e duas vezes "tudo o que em meu nome pedirdes...". (Jo 14:13,14; 15:16; 16:23). No nome de Jesus, os discípulos realizaram curas, expulsaram espíritos maus, ressuscitaram mortos. Jesus disse que o Filho, por si mesmo, não poderá fazer coisa alguma, e que nós não faremos nada sem Ele. precisamos sempre consultar a vontade de Deus, estar em consonância com ela para, só depois, fazermos algo. "O trabalho só deve ser iniciado a partir desse conhecimento".
Todos temos a necessidade fundamental de conhecer sobre a morte e a ressurreição de Cristo, no que se relaciona à natureza do crente. Precisamos experimentar aquele toque inicial da mão de Deus que nos aleija, nos enfraquece a força natural, de tal modo que nos firmamos apenas e unicamente na vida da ressurreição de Cristo, em cujo território a morte não entra. Na medida em que trazemos nossa força natural à influência da cruz de Cristo, são produzidos frutos em nossa vida e em nosso ministério, e provê a Deus um solo que Ele necessita para apoiar a obra que realizamos no nome de Seu Filho. Tudo o que fazemos sem a mão do Senhor é madeira, palha e feno, materiais de pouco valor e que o fogo provará e queimará. Mas se estamos executando o trabalho no poder de Deus, e esse poder só é encontrado no Senhor, e Ele está à nossa disposição na ressurreição, então a obra de Deus se inicia. Deste modo é que o fogo nos dias vindouros e a cruz hoje efetuam a mesma obra. "O que não suportar a cruz hoje, não suportará o fogo amanhã". A vida que vivemos hoje é a vida de Cristo, vivida no poder de Deus, e o trabalho executado por nós é o trabalho de Cristo desenvolvido por nosso intermédio, mediante seu Espírito, a quem obedecemos. O egoísmo é a única obstrução a essa vida e a esse trabalho. Quanto menos obtemos de satisfação pessoal de um trabalho para Deus, maior é o seu valor diante de Deus. Não há lugar para a glória do homem na obra de Deus. "É verdade que existe uma alegria profunda e preciosa em qualquer serviço que traz satisfação ao Senhor, o que abre a porta para a operação divina, mas a base dessa alegria é louvor e glória da sua graça" (Ef 1:6,12,14).
No final do livro, Watchman Nee conta um testemunho pessoal sobre estar firme, andar e posicionar-se em Cristo. Recomendo a leitura para todo o crente que deseja fazer diferença neste presente século.
Deus abençoe sua vida,
Nesse capítulo, Watchman Nee diz que "o andar em Cristo representa nossa posição divina aqui na terra". Em outras palavras, o cidadão do céu exibe um selo de sua habitação celestial em sua própria conduta terrena. Porque só faz sentido falar muito de um céu distante se trouxermos o céu ao nosso lar, ao nosso local de trabalho, em nossos relacionamentos interpessoais. Rogo-vos que andeis de modo digno, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor. Sede uns para com os outros benignos, perdoais uns aos outros. Todas essas coisas são de fato objetivas e nos mostram um andar na presença do Senhor.
Mas, desde a queda, a questão sobre o que é certo e o que é errado tem pautado o viver do homem, isso o fez produzir seu próprio conceito de justiça ou injustiça, bem e mal. Mas para nós cristãos, o ponto de partida é diferente. A árvore da vida do Jardim do Éden para nós é Cristo. Por isso não partimos da questão do que é certo ou errado, mas iniciamos com Ele, com a própria Vida. "Nada tem produzido maiores danos ao nosso testemunho cristão do que nossa tentativa de sermos corretos e exigir correção dos outros". Para Deus a questão é de graça, não do que é certo ou errado. Ele nos tratou com injustiça? Paulo responde na cara aos Efésios 4:32: "Perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo". Agora, nossa vida deve ser governada pelo princípio da cruz e da perfeição, santidade do Pai. Como filhos, nossa responsabilidade se manifesta na afinidade de espírito e atitude com nosso Pai. Por isso se diz: "Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados e andai em amor, como também Cristo vos amou e se entregou a si mesmo por nós". (Ef 5:12).
Mas qual o segredo que move a vida cristã? De onde vem o poder que em nós opera? Vem da posição que Deus nos deu em Cristo. O segredo do poder de Deus aperfeiçoado em nós está em sermos fracos, dependentes dele. Paulo orou e disse que seu desejo é que "Cristo habite pela fé em nossos corações". (Ef 3:17). Deus nos deu seu Filho, agora o que temos que fazer é deixar que Ele viva em nós, ame através de nós, opere através de nós e em nós. "Nós somos fortalecidos com poder pelo seu Espírito no homem interior... [para] conhecer o amor de Cristo". (Ef 3:16,19). O próprio Cristo se revela a nós como resposta a todas as exigências de Deus. Lembrando que Cristo disse: "Sem mim, nada podeis fazer". E é verdade, não precisamos nos esforçarmos demais, precisamos confiar nele, precisamos dele, de Cristo em nós. O que temos que fazer é confiar. Se precisamos de conhecimento do Senhor, não precisamos buscar na árvore do conhecimento. Nós temos Cristo, o qual foi feito em nós sabedoria de Deus. A lei do Espírito de vida em Cristo Jesus comunica a nós continuamente os padrões do Senhor quanto ao que é certo e o que é errado e também o modo como enfrentar as situações difíceis.
Para isso, precisamos aprender o princípio da cruz, pois nosso padrão deixou de ser o velho homem e tornou-se o novo homem. "Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano; e vos renoveis no espírito do vosso entendimento; e vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade". (Ef 4:22-24). Por essa razão, não busquemos apenas fazer o que é certo, mas o que agrada a Deus. Por isso Paulo diz: "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor". (Ef 5:15-17). Nessa passagem, Nee faz uma comparação com a parábola das 'dez virgens', fazendo um jogo de palavras: prudentemente, como sábios remindo o tempo... não sejais insensatos. Cinco prudentes, cinco insensatas, loucas. Qual a diferença entre elas? O azeite que tinham consigo. Devemos louvar o Senhor, porque "aquele que em nós começou a boa obra a aperfeiçoará até o dia de Cristo Jesus". (Fp 1:6). E essa obra é feita com antecedência. As virgens que traziam consigo suas lâmpadas acesas e óleo de reserva, fizeram isso antes de adormecerem. Muito antes de saírem ao encontro com o noivo. O azeite das néscias também mantinham suas lâmpadas acesas, mas não por tempo suficiente, e porque não providenciaram antes, não puderam entrar para as bodas. O noivo demorou. As néscias nem imaginaram essa possibilidade. Por isso não se prepararam com antecedência. Em II Coríntios 11:2 está escrito: "Tenho-vos preparado para vos apresentar como uma virgem para um marido, a saber, a Cristo".
Precisamos estar preparados para o serviço do Senhor, logo no início. As virgens néscias tinham o Espírito Santo, mas não estavam cheias do Espírito Santo. Por isso a Palavra nos convida, "não vos embriagueis com vinho em que há contendas, mas enchei-vos do Espírito". (Ef 5:18). No final, as virgens loucas conseguiram o azeite, mas perderam o propósito para o qual necessitavam. A questão toda gira em torno do tempo [remindo o tempo, sendo prudentes, antecipando-nos], esse é o ponto central do ensino do Senhor, no fim da parábola, quando Ele admoesta os discípulos a não serem meros discípulos, mas discípulos vigilantes. A questão é: temos azeite de reserva? Temos azeite extra? Devemos manter nossa luz até a chegada do Noivo. A expressão em Efésios 5:18 para 'enchei-vos' é pelrousthe que significa 'esteja sendo enchido', ou seja, sejais continuamente enchidos. Trata-se de uma condição que nos caracteriza o tempo todo. É algo interno essa condição. É a presença constante do Espírito Santo em nosso espírito que garante que a luz de nossa lâmpada jamais se apagará, mas brilhará com força até após a meia-noite, até a aurora, se necessário. Quem é prudente vai buscar essa plenitude o mais rápido possível. Assim como Paulo que disse: "Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus". (Fp 3:14).
Capítulo 3: Firmes - Essa deve ser a resistência do crente diante do inimigo, firmes, contra as astutas ciladas do diabo. Mas, sem estar devidamente assentados em Cristo, sem ter uma vida prática e santa aqui na terra, mediante a operação do Espírito Santo em nós, o crente jamais conhecerá a realidade dessa luta contra o maligno. O cristão só percebe 'carne e sangue', ou seja, um sistema mundial de reis e governos hostis, de pecadores e pessoas perversas armadas contra nós. Todavia, nossa luta é contra as astutas ciladas do diabo, contra as potestades, contra os poderes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais da maldade nas regiões celestes. Satanás procura usurpar o poderio de Deus na terra. A Igreja é chamada para desalojar o diabo de seu reino, e tornar Cristo o supremo Senhor de todos. Os golpes satânicos são certeiros contra os Filhos de Deus, e o campo de batalha é a mente [alma] e o corpo. De que forma podemos entrar nessa guerra? "Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo". A ordem é ficar firmes. Por essa razão é que a maior parte da nossa armadura é de defesa, até mesmo a espada pode ser usada como arma de defesa, mas também de ataque. Em Cristo somos "mais do que vencedores" (Rm 8:37), pois Cristo já venceu o inimigo por nós. Ele morreu, mas ressuscitou. Tanto andar quanto guerrear dependem de permanecermos firmes na nossa posição em Cristo.
Segundo o irmão Nee, "talvez as dificuldades ao seu redor não se alterem; o leão poderá rugir com muito furor, como sempre; mas você não precisa ter esperança de vencer. Em Cristo Jesus você é o vencedor". Para isso, recebemos duas armas: a espada do Espírito e a oração. Devemos ter o conhecimento do nome de Jesus, e ainda conhecer a autoridade desse nome. Esse é um nome indicativo da humanidade de Cristo, investido de um título e de uma autoridade conferidos a Ele por Deus, o Pai, pela sua obediência até à morte (Fp 2:6-10). "Resume o resultado de seus sofrimentos, o nome de sua exaltação e glória; e hoje é nesse nome que é sobre todo o nome que nós nos reunimos e pelo qual rogamos ao Senhor Deus". O poder do nome de Jesus opera em três direções: 1) em nossa pregação: ele é eficaz na salvação das pessoas (At 4:10-12); pela remissão de nossos pecados, e pela purificação e justificação e santificação perante Deus (Lc 24:47; Atos 10:43; I Co 6:11); 2) Em nossa guerra espiritual, ele é poderoso contra os poderes satânicos, para amarrá-los e sujeitá-los (Mc 16:17; Lc 10:17-19; Atos 16:18); 3) em nossos pedidos, seu nome é eficaz diante de Deus, visto que duas vezes o Senhor nos disse: "E farei tudo o que pedirdes em meu nome..." e duas vezes "tudo o que em meu nome pedirdes...". (Jo 14:13,14; 15:16; 16:23). No nome de Jesus, os discípulos realizaram curas, expulsaram espíritos maus, ressuscitaram mortos. Jesus disse que o Filho, por si mesmo, não poderá fazer coisa alguma, e que nós não faremos nada sem Ele. precisamos sempre consultar a vontade de Deus, estar em consonância com ela para, só depois, fazermos algo. "O trabalho só deve ser iniciado a partir desse conhecimento".
Todos temos a necessidade fundamental de conhecer sobre a morte e a ressurreição de Cristo, no que se relaciona à natureza do crente. Precisamos experimentar aquele toque inicial da mão de Deus que nos aleija, nos enfraquece a força natural, de tal modo que nos firmamos apenas e unicamente na vida da ressurreição de Cristo, em cujo território a morte não entra. Na medida em que trazemos nossa força natural à influência da cruz de Cristo, são produzidos frutos em nossa vida e em nosso ministério, e provê a Deus um solo que Ele necessita para apoiar a obra que realizamos no nome de Seu Filho. Tudo o que fazemos sem a mão do Senhor é madeira, palha e feno, materiais de pouco valor e que o fogo provará e queimará. Mas se estamos executando o trabalho no poder de Deus, e esse poder só é encontrado no Senhor, e Ele está à nossa disposição na ressurreição, então a obra de Deus se inicia. Deste modo é que o fogo nos dias vindouros e a cruz hoje efetuam a mesma obra. "O que não suportar a cruz hoje, não suportará o fogo amanhã". A vida que vivemos hoje é a vida de Cristo, vivida no poder de Deus, e o trabalho executado por nós é o trabalho de Cristo desenvolvido por nosso intermédio, mediante seu Espírito, a quem obedecemos. O egoísmo é a única obstrução a essa vida e a esse trabalho. Quanto menos obtemos de satisfação pessoal de um trabalho para Deus, maior é o seu valor diante de Deus. Não há lugar para a glória do homem na obra de Deus. "É verdade que existe uma alegria profunda e preciosa em qualquer serviço que traz satisfação ao Senhor, o que abre a porta para a operação divina, mas a base dessa alegria é louvor e glória da sua graça" (Ef 1:6,12,14).
No final do livro, Watchman Nee conta um testemunho pessoal sobre estar firme, andar e posicionar-se em Cristo. Recomendo a leitura para todo o crente que deseja fazer diferença neste presente século.
Deus abençoe sua vida,
Li este anos atrás e foi ótima a reflexão.
ResponderExcluirMe Edificou muito.
Deus a abençoe