Tecnologia: maldição ou bênção?
Lição 01 de 03 de Abril de 2016. EBD Betel.
O comentarista inicia a lição com uma citação das palavras de Jesus acerca dos últimos dias: "E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará". Mt 24:12.
A pessoa que não domina a tecnologia atualmente, terá muita dificuldade em lidar com a velocidade com que as informações são transmitidas. Mais ainda, terá que adaptar seu tempo e seu conhecimento à era da tecnologia. O cristão que não tiver domínio próprio, poderá perder sua comunhão no corpo de Cristo pelo uso dos meios de comunicação, principalmente, pelos sites de relacionamentos. A busca do equilíbrio pode ser fundamental ao crente nos últimos dias, para isso ele pode pedir ajuda ao Espírito Santo de Deus. Que Deus nos ajude a caminhar em comunhão com Ele, sendo responsáveis pela administração do nosso tempo.
O primeiro tópico diz respeito à Revolução Industrial
Pra falar sobre a Revolução Industrial, na verdade, devo fazer um recorte. Todo aluno do ensino médio estuda a Revolução em História e em Geografia também. Mas eu gostaria de pegar um aspecto diferenciado, a fim de auxiliar o seu pensamento não a respeito do que houve na História, mas as consequências que dela advêm. Especialmente para questões que estão sendo amplamente discutidas na atualidade. Pois bem. Falemos um pouco a respeito de alguns recursos importantes para a economia de todo país: terra, trabalho, capital e capacidade tecnológica. Mas antes, farei um breve apanhado sobre o pano de fundo histórico anterior à Revolução.
A partir da queda do Império Romano do Ocidente, nos idos 476 d.C. da-se início a um dos períodos mais longos na história da humanidade, conhecida por Idade Média, ou sistema feudal. A economia monetária e de preços substituía aquela de trocas diretas, consolidando-se o sistema salarial e germinando as características capitalistas da economia moderna.
Antes da Revolução, a Europa foi marcada por um sistema conhecido como sistema feudal. Nele, a base da economia eram os feudos, nos quais os senhores chamados feudais concediam o feudo, um direito hereditário ao uso da terra ao vassalo, servo ou camponês que, em troca de proteção, pagavam com moeda, alimentos, trabalho ou até fidelidade militar. Na base do sistema estava o servo que cultivava a terra, com vistas à alimentação e ao vestuário, ou criava ovelhas para obtenção da lã e o vestuário. O sistema político estava fragmentado, o rei detinha poder, mas apenas militar, e quem detinha o poder econômico e decisorial era o senhor feudal. A Igreja Católica era a maior proprietária de terras nesse período, logo, grandes senhores religiosos faziam parte do clero. Os bispos e os abades tinham os mesmos privilégios dos condes e duques, mas tinham que manter fidelidade a Igreja de Roma. A Igreja tornou-se a instituição mais próxima de um governo forte e centralizado. Os senhores feudais religiosos impunham iguais castigos sobre os seus servos. Senhores religiosos e nobreza feudal, duas classes dominantes que controlavam a terra e o poder dela advindo. Em troca de apropriações muito pesadas do trabalho, da produção e do dinheiro do servo, a nobreza dava proteção militar, e a igreja, ajuda espiritual.
A Europa desse período também possuía muitas cidades e importantes centros manufatureiros. Os bens eram vendidos aos feudos e por vezes comercializados em terras longínquas. Havia algumas instituições econômicas dominantes, chamadas guildas, associações artesanais, profissionais e de ofício. Elas também se envolviam em questões sociais, econômicas e religiosas. Nesse período, houve um avanço da tecnologia, com implementações inovadoras no sistema agrícola. O aumento do comércio ocorreu em diferentes estágios.
Na fase da economia urbana medieval ocorreu um incremento do artesanato, pela crescente especialização dos trabalhadores. Patrões e empregados, então denominados mestres e artífices, conviviam fraternalmente. As relações entre o capital e o trabalho eram praticamente familiares e a economia da época obedecia a rígidos princípios morais, emanados da doutrina canônica e dos doutores da Igreja.
No mercantilismo, um regime de racionalismo econômico, o principal fim do Estado era a riqueza, assinalando a história econômica da humanidade, e o início da evolução dos Estados modernos e das novas concepções sobre os fatos econômicos, notadamente sobre a riqueza. O mercantilismo na França foi industrialista, pois procurava estimular a indústria interna, por meio de monopólios estatais, como, por exemplo, de porcelana e tapetes. E nessa França, a classe média, ou burguesa que surgiu com o crescimento das cidades e implementações do comércio e da indústria, começa a revolução. Para a crescente burguesia, os regulamentos, as restrições e contenções do comércio e indústria, a concessão de monopólios e privilégios a um pequeno grupo, a distribuição desigual de impostos, a existência de leis antigas e a aprovação de novas leis sem consultar a burguesia (escritores, professores, doutores, advogados, juízes, funcionários) serviram como pano de fundo para a revolta.
O aumento do uso das máquinas em todas as áreas comerciais, agrícolas e outras tecnologias marcou as duas fases da Revolução Industrial. O escravo, ou servo, passou a ser um trabalhador assalariado que ano após ano, lutou por melhorias nas condições de trabalho e participação nos dividendos obtidos pelo seu esforço.
Bem, agora, mencionarei rapidamente os três elementos apontados anteriormente:
Terra: também chamado de recursos naturais, o fator terra constitui a base sobre a qual se desenvolvem as demais atividades dos setores econômicos das sociedades. Esse fator engloba o solo, o subsolo, as águas, a pluviosidade e o clima, a flora e a fauna, e ainda os fatores extraplanetários, como o sol e as outras formas de energia disponíveis no universo. Todos esses recursos, hoje é sabido, são finitos, esgotáveis. O homem, em busca de enriquecimento, usou desses recursos de maneira irresponsável e o que acontece hoje, como se nota, é o aquecimento global que poderá mudar radicalmente a vida na terra. No século XVIII, o pastor Thomas Maltus e o financista David Ricardo tentaram evidenciar que a escassez de reservas naturais poderia impor limites ao crescimento econômico. Segundo a teoria de Maltus, "a produção de meios de subsistência cresceria segundo as taxas de uma progressão aritmética, conflitando com o crescimento demográfico que deveria ocorrer segundo os termos de uma progressão geométrica". O advento das revoluções técnico-científicas no século XIX atenuou a preocupação com a fixidez do fator terra, acreditando que o desenvolvimento do fator capital e capacidade tecnológica suplantaria a limitação das reservas naturais. Mas, a partir da década de 1970, as limitações do fator terra voltaram a ser objetos de preocupações fundamentadas. A escassez de fontes convencionais de energia e os indicadores alarmantes de degradação ambiental passaram a motivar levantamentos e projetos de longo prazo, que apontam em direção dos limites do crescimento.
Trabalho: A base demográfica da atividade econômica, composta pela parte da população economicamente ativa.
Capital: seria o conjunto das riquezas acumuladas pela sociedade; e é com o emprego delas que a população ativa se equipa para o exercício da produção. Ele dá suporte a todas as operações produtivas e em maior ou menor grau existe em todas as sociedades organizadas economicamente. Entre as categorias de capital podem-se citar: A infra-estrutura econômica (energia, telecomunicações, transportes) e a social (educação e cultura, saúde e saneamento, esportes, lazer e segurança), as construções e edificações segundo a destinação (administração pública, militar, fabril, comerciais e residenciais); equipamentos de transporte (ferroviário, rodoviário, hidroviário e aeroviário); máquinas e equipamentos instrumentos e ferramentas (de extração, de transformação, de construção, de serviços) e agro-capitais (culturas permanentes, plantéis, instalações, edificações, equipamentos, implementos e ferramentas).
Capacidade Tecnológica: também chamada de fator de produção, a capacidade tecnológica é constituída pelo conjunto de conhecimentos e habilidades que dão suporte ao processo de produção.
Livros consultados nessa parte:
GASTALDI, J. Petrelli. Elementos de economia política. 19 ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
HUBERMAN, Leo. História da riqueza do homem. Tradução de Waltensir Dutra. 21 ed. Edição revista. Rio de Janeiro: LTC, 1986.
HUNT, E. K. História do pensamento econômico: uma perspectiva crítica. 2 ed. Tradução de José Ricardo Brandão Azevedo e Maria José Cyhlar Monteiro. Rio de Janeiro: Elsevier e Campos, 2005.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. 20 ed. São Paulo: Atlas, 2008.
Como se percebe, as tecnologias atualmente perpassam todas as esferas sociais e econômicas dos países. Elas geram e movimentam bilhões de dólares anualmente e constituem-se um grande avanço da sociedade. Estão presentes em todas as parcelas das populações, desde as mais carentes até as mais abastadas economicamente. Claro que o cristão habita num planeta tecnologizado. Não há como escapar das tecnologias. E precisamos dela pra nos movimentar, pra nos alimentar, pra nos relacionar socialmente, enfim,
1.1. A entrada no mundo virtual
"E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará".
Ninguém discute. Mas a era da tecnologia abriu um caminho estupendo para o conhecimento. No mundo virtual é possível encontrar desde receita de chás caseiros até vídeos transmitidos pela NASA em tempo real. E mais, teorias, escolas de arte, filosofia, religião, costumes etc. são alguns exemplos que estão acessíveis a um simples click. Apesar disso, as pessoas se conectam virtualmente, mas se desconectam na realidade: "E por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará" (Mt 24:12).
1.2 Uma arma poderosa
Se é uma arma, tanto pode ser bênção quanto maldição. Assim como nossa língua que pode bendizer ou maldizer, a tecnologia pode ser usada para a glória de Deus. Não importa se as pessoas questionam os valores da Igreja, se elas questionam é porque também estão informadas sobre esses valores. A pessoa sábia usa o que tiver nas mãos para glorificar o nome de Deus. Ao invés de ficar por aí criticando o modo de vida dos outros, acessando sites que não edificam a fé, passar horas e horas nas redes sociais sem se preocupar em tirar um tempo para ler, estudar, meditar e praticar a Palavra, porque o crente não usa os meios de comunicação que podem transmitir as mensagens do Senhor para todas as pessoas indistintamente? Usar para a glória de Deus. Se há algum louvor, seja isso que ocupe o vosso pensamento, diz a Palavra. Aliás, como disse Pedro, se o cristão estiver ocupado fazendo o bem, não sobrará tempo para praticar o mal. Depende de cada um.
* Nesse quesito, acredito que podemos inserir o fruto do Espírito "Temperança". No grego, o vocábulo é Egkratéia, que significa "autocontrole". Já em dicionários comuns, o termo significa uma virtude cardinal que nos induz a refrear a sensualidade e a usar as coisas com moderação. II Pe 1:5-8.
1.3 Perdendo a comunhão com Deus
Há várias maneiras de ter comunhão com Deus: leitura da Bíblia, oração, ações de graças. A oração, infelizmente, só é usada para o crente pedir alguma coisa. É o evangelicalismo da troca. Acontece que se o cristão não precisa de nada, aparentemente, então ele não ora. Só quando as lutas batem em sua porta. Agora, manter a comunhão com o Senhor é possível porque estamos nele e ele em nós através do Espírito Santo. Mas, cada vez que o cristão se esquece de orar, de ler a Bíblia, de adorar a Deus e agradecê-lo por tudo, e começa a praticar coisas que afastam o Espírito Santo, ele não só vai perder a comunhão com Deus, como também morrerá espiritualmente. Hoje, há muitos fracos e doentes e muitos que dormem. Aqui, na carta aos Coríntios capítulo 11, Paulo fala aos crentes. Não aos incrédulos.
2. A mídia tecnológica
Em todos os aspectos econômicos, sociais, educacionais, de infraestrutura, enfim, a tecnologia tem sido uma bênção. Quer um exemplo? Vejamos o quesito terra mencionado anteriormente. Quando a terra é amplamente cultivada, ela precisa de um descanso e de tecnologias para voltar a produzir. Para isso, o homem precisa de conhecimento na área. Um agricultor que nunca fez um curso universitário na área de agronomia, pode fazer uma pesquisa na internet e descobrir onde analisar o solo, que tipo de minérios ele precisa, que tipo de suplementos deve usar. Porque a tecnologia tem sido um tropeço na vida de muitos crentes, com certeza, esses mesmos crentes não têm uma vida de comunhão com Deus. Não falo de ir às reuniões frequentemente. Porque isso não é garantia de comunhão com Deus. Seja moderado, temperado, tenha autocontrole e você vai ver que até mesmo o avanço tecnológico poderá ser uma bênção na sua vida e na vida de muitas outras pessoas. Deixe Deus usar você.
2.1 Antenados, sim, desligados não
Como cidadão do céu, o crente está de passagem. Os sinais dos acontecimentos previstos na Palavra de Deus estão se cumprindo. A mídia nos dá a oportunidade de conferir esses acontecimentos no mundo todo. O cristão antenado, vai procurar entender os acontecimentos à luz da Palavra de Deus.
Amados, é hipocrisia o crente achar que tudo o que está sendo difundido na mídia é culpa da mídia. Todas essas coisas devem acontecer. Deus destruiu os habitantes da terra com o dilúvio por causa da maldade, da violência e de coisas que acontecem hoje ainda. Mas poupou a vida de oito pessoas: Noé, sua esposa e seus três filhos e três noras, e dos animais. Deus destruiu as cidades de Sodoma e de Gomorra, mas poupou a vida de três pessoas: Ló e suas duas filhas. Amados, desde que entrou o mal no mundo, as pessoas vivem como querem e a Igreja deve combater o maligno e suas hostes do mal. Jesus quando fez a oração intercessória disse ao Pai que no mundo Ele nos livrasse do mal. Então, cabe a cada um filtrar o que vê.
2.2 O perigo do excesso de informação
As informações só são úteis se nos servirem de alguma coisa, por isso se diz que são úteis. As pessoas são muito preguiçosas em termos de leitura. Não acredito que elas procurem informações. Mas sim, entretenimento. Elas leem mal, escrevem mal e o pior, passam informações adiante sem terem consultado na fonte se é desse ou daquele modo. Desde o princípio da nossa vida, temos livre acesso à Bíblia. E ainda hoje temos obreiros que dominam muito mal o que está escrito. O problema é de quem? A responsabilidade do nosso tempo é nossa. A responsabilidade de verificarmos na Palavra o que está escrito é nossa. Não do outro, como costumamos fazer. Sinceramente, tenho ouvido muitas pregações cansativas, repetitivas e que não acrescentam nada à fé de ninguém. Muitos pastores não têm autoridade ao ministrar e falam como se lessem um livro de receita. O problema é que muitos não têm domínio sobre o conteúdo da Bíblia e não buscam do Senhor a sabedoria. Não avaliam os 'movimentos' antes de inseri-los e misturá-los à Palavra. Convidam pastores que lotam ginásios ou igrejas, mas pouco se preocupam se aquele irmão é sincero nas palavras que ministram. Sabe como chamo isso? Descaso, hipocrisia.
2.3 Exercitando o servir a Deus
Aqui há outro problema de interpretação bíblica. Tem gente que pensa que o servo é Deus. Tem gente que diz que vai por Deus contra a parede e vai determinar que Ele cumpra o que prometeu. Amados, devemos tomar cuidado quando as coisas se relacionam a Deus. Temos que fazer como Moisés: descalçar as sandálias de nossos pés. Em nenhum momento em que esteve cumprindo seu ministério na terra, Jesus disse qualquer coisa nesse sentido. Jesus vivia em íntima comunhão com Deus, na oração, em espírito. Em tudo ele glorificava o Pai. Ele se tornou servo, como está escrito na carta de Paulo aos Filipenses, capítulo 2. O Servo veio para servir. Há um episódio na última Santa Ceia relatado por João que descreve Jesus lavando os pés aos discípulos. Então ele diz: se eu que sou Mestre e Senhor vos lavei os pés, façais vós também. Então devemos rever nossas práticas. A Igreja não é e nunca foi uma empresa de administradores, mas sim uma casa de oração, com mordomos e criados, servos para cuidar da casa e dos conservos. O crente não é o dono da casa, Jesus, sim. E teremos que prestar contas de nosso servir. Isso é verdadeiro.
3. Lições práticas
Não consigo conceber uma vida sem prática. Viver é praticar alguma coisa. Todos os dias praticamos algo. Nossa vida espiritual não é diferente disso. Vejamos quais tipos de lições podemos tirar dessas considerações.
3.1 Um tipo de transtorno
Acredito que pensar não seja um forte pra muita gente. Há muitos transtornos relacionados à aprendizagem e aquisição de leitura (o que acaba causando um tipo de transtorno de aprendizado, gerando uma espécie de analfabeto chamado funcional, quando não consegue sequer interpretar o que lê). Na Igreja temos muitos assim, e infelizmente, muitas pessoas dizem que a Bíblia é difícil de entender e que por isso não conseguem ler a Bíblia. Não vou culpar a mídia, nem a tecnologia. Pra mim, a pessoa precisa se esforçar. Eu conheci muitas pessoas que nunca foram à escola e aprenderam a ler por causa da vontade de ler a Bíblia. Essas pessoas só leem a Bíblia. Mas buscaram do Senhor entendimento para ler a Palavra. Jesus disse que as verdades foram reveladas aos simples, aos pobres, por isso que Jesus falava por parábolas, exemplificando com coisas do dia a dia as verdades que ele pregava. Não acredito que Deus diria algo impossível de ser aprendido por quem quer que seja se essa não for a vontade dele. Muitas vezes Jesus pregava e dizia que Deus havia cegado o entendimento para que aquelas pessoas não entendessem a mensagem. Havia um propósito ali. E hoje, como disse o irmão de Jesus, Tiago, em sua epístola, se alguém deseja sabedoria peça-a a Deus. Podemos destruir todo tipo de transtorno de aprendizado, caso nos acheguemos a Deus e peçamos sua misericórdia.
3.2 O que é nomofobia
Willian Powers escreveu um livro em 2012 intitulado: O BlackBerry de Hamlet: filosofia prática para viver bem na era digital, no qual ele traz algumas questões práticas para as pessoas que apresentam algum tipo de fobia, medo, de ficar sem seus aparelhos de celulares, sem tablet. Dentre os questionamentos ele diz: "O seu tempo diante da tela o ajuda a trabalhar e a pensar melhor?; Estreita os laços com seus amigos? Ajuda a encontrar aquele distanciamento e aquele espaço tão necessários? Suas explorações enriquecem sua compreensão do mundo [e eu acrescento nessa questão: Suas explorações enriquecem sua vida espiritual? De alguma forma elas glorificam a Deus?]; Você sai em estado de espírito melhor do que entrou?". Acredito que todos temos a capacidade de responder a essas questões sinceramente. Desse modo, podemos compreender nossas afinidades com a tecnologia sem sermos nomofóbicos.
3.3 Buscando o ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio. Aqui também me faz lembrar da pessoa sóbria. Ser sóbrio em questões ajuda a pensar melhor. Ser sóbrio na vida, ajuda a não esquecer a justiça e a praticá-la melhor. Ser sóbrio nos relacionamentos nos ajuda a amar melhor, apesar dos erros, apesar de nós mesmos. Nós amamos, isto é, temos a capacidade de amar, porque Deus amou primeiro. Somos objetos do amor de Deus. Então, façamos do próximo objeto de nosso amor. Pratiquemos o amor. Quem não consegue se edificar nem edificar o próximo por meio das tecnologias, é melhor que viva sem elas. Jesus disse que é melhor arrancar o olho direito se este nos escandalizar; é melhor arrancar a mão direita se esta nos escandalizar e entrar cego de um olho ou coxo de uma mão no Reino do que perecer tendo os dois olhos ou as duas mãos. Não deixe que as coisas que te afastam do Senhor sejam mais fortes do que você. Tenha domínio próprio. TENHA A TEMPERANÇA: FRUTO DO ESPÍRITO SANTO. Deixe-se frutificar para a glória de Deus.
Deus abençoe sua vida.
1.2 Uma arma poderosa
Se é uma arma, tanto pode ser bênção quanto maldição. Assim como nossa língua que pode bendizer ou maldizer, a tecnologia pode ser usada para a glória de Deus. Não importa se as pessoas questionam os valores da Igreja, se elas questionam é porque também estão informadas sobre esses valores. A pessoa sábia usa o que tiver nas mãos para glorificar o nome de Deus. Ao invés de ficar por aí criticando o modo de vida dos outros, acessando sites que não edificam a fé, passar horas e horas nas redes sociais sem se preocupar em tirar um tempo para ler, estudar, meditar e praticar a Palavra, porque o crente não usa os meios de comunicação que podem transmitir as mensagens do Senhor para todas as pessoas indistintamente? Usar para a glória de Deus. Se há algum louvor, seja isso que ocupe o vosso pensamento, diz a Palavra. Aliás, como disse Pedro, se o cristão estiver ocupado fazendo o bem, não sobrará tempo para praticar o mal. Depende de cada um.
* Nesse quesito, acredito que podemos inserir o fruto do Espírito "Temperança". No grego, o vocábulo é Egkratéia, que significa "autocontrole". Já em dicionários comuns, o termo significa uma virtude cardinal que nos induz a refrear a sensualidade e a usar as coisas com moderação. II Pe 1:5-8.
1.3 Perdendo a comunhão com Deus
Há várias maneiras de ter comunhão com Deus: leitura da Bíblia, oração, ações de graças. A oração, infelizmente, só é usada para o crente pedir alguma coisa. É o evangelicalismo da troca. Acontece que se o cristão não precisa de nada, aparentemente, então ele não ora. Só quando as lutas batem em sua porta. Agora, manter a comunhão com o Senhor é possível porque estamos nele e ele em nós através do Espírito Santo. Mas, cada vez que o cristão se esquece de orar, de ler a Bíblia, de adorar a Deus e agradecê-lo por tudo, e começa a praticar coisas que afastam o Espírito Santo, ele não só vai perder a comunhão com Deus, como também morrerá espiritualmente. Hoje, há muitos fracos e doentes e muitos que dormem. Aqui, na carta aos Coríntios capítulo 11, Paulo fala aos crentes. Não aos incrédulos.
2. A mídia tecnológica
Em todos os aspectos econômicos, sociais, educacionais, de infraestrutura, enfim, a tecnologia tem sido uma bênção. Quer um exemplo? Vejamos o quesito terra mencionado anteriormente. Quando a terra é amplamente cultivada, ela precisa de um descanso e de tecnologias para voltar a produzir. Para isso, o homem precisa de conhecimento na área. Um agricultor que nunca fez um curso universitário na área de agronomia, pode fazer uma pesquisa na internet e descobrir onde analisar o solo, que tipo de minérios ele precisa, que tipo de suplementos deve usar. Porque a tecnologia tem sido um tropeço na vida de muitos crentes, com certeza, esses mesmos crentes não têm uma vida de comunhão com Deus. Não falo de ir às reuniões frequentemente. Porque isso não é garantia de comunhão com Deus. Seja moderado, temperado, tenha autocontrole e você vai ver que até mesmo o avanço tecnológico poderá ser uma bênção na sua vida e na vida de muitas outras pessoas. Deixe Deus usar você.
2.1 Antenados, sim, desligados não
Como cidadão do céu, o crente está de passagem. Os sinais dos acontecimentos previstos na Palavra de Deus estão se cumprindo. A mídia nos dá a oportunidade de conferir esses acontecimentos no mundo todo. O cristão antenado, vai procurar entender os acontecimentos à luz da Palavra de Deus.
Amados, é hipocrisia o crente achar que tudo o que está sendo difundido na mídia é culpa da mídia. Todas essas coisas devem acontecer. Deus destruiu os habitantes da terra com o dilúvio por causa da maldade, da violência e de coisas que acontecem hoje ainda. Mas poupou a vida de oito pessoas: Noé, sua esposa e seus três filhos e três noras, e dos animais. Deus destruiu as cidades de Sodoma e de Gomorra, mas poupou a vida de três pessoas: Ló e suas duas filhas. Amados, desde que entrou o mal no mundo, as pessoas vivem como querem e a Igreja deve combater o maligno e suas hostes do mal. Jesus quando fez a oração intercessória disse ao Pai que no mundo Ele nos livrasse do mal. Então, cabe a cada um filtrar o que vê.
2.2 O perigo do excesso de informação
As informações só são úteis se nos servirem de alguma coisa, por isso se diz que são úteis. As pessoas são muito preguiçosas em termos de leitura. Não acredito que elas procurem informações. Mas sim, entretenimento. Elas leem mal, escrevem mal e o pior, passam informações adiante sem terem consultado na fonte se é desse ou daquele modo. Desde o princípio da nossa vida, temos livre acesso à Bíblia. E ainda hoje temos obreiros que dominam muito mal o que está escrito. O problema é de quem? A responsabilidade do nosso tempo é nossa. A responsabilidade de verificarmos na Palavra o que está escrito é nossa. Não do outro, como costumamos fazer. Sinceramente, tenho ouvido muitas pregações cansativas, repetitivas e que não acrescentam nada à fé de ninguém. Muitos pastores não têm autoridade ao ministrar e falam como se lessem um livro de receita. O problema é que muitos não têm domínio sobre o conteúdo da Bíblia e não buscam do Senhor a sabedoria. Não avaliam os 'movimentos' antes de inseri-los e misturá-los à Palavra. Convidam pastores que lotam ginásios ou igrejas, mas pouco se preocupam se aquele irmão é sincero nas palavras que ministram. Sabe como chamo isso? Descaso, hipocrisia.
2.3 Exercitando o servir a Deus
Aqui há outro problema de interpretação bíblica. Tem gente que pensa que o servo é Deus. Tem gente que diz que vai por Deus contra a parede e vai determinar que Ele cumpra o que prometeu. Amados, devemos tomar cuidado quando as coisas se relacionam a Deus. Temos que fazer como Moisés: descalçar as sandálias de nossos pés. Em nenhum momento em que esteve cumprindo seu ministério na terra, Jesus disse qualquer coisa nesse sentido. Jesus vivia em íntima comunhão com Deus, na oração, em espírito. Em tudo ele glorificava o Pai. Ele se tornou servo, como está escrito na carta de Paulo aos Filipenses, capítulo 2. O Servo veio para servir. Há um episódio na última Santa Ceia relatado por João que descreve Jesus lavando os pés aos discípulos. Então ele diz: se eu que sou Mestre e Senhor vos lavei os pés, façais vós também. Então devemos rever nossas práticas. A Igreja não é e nunca foi uma empresa de administradores, mas sim uma casa de oração, com mordomos e criados, servos para cuidar da casa e dos conservos. O crente não é o dono da casa, Jesus, sim. E teremos que prestar contas de nosso servir. Isso é verdadeiro.
3. Lições práticas
Não consigo conceber uma vida sem prática. Viver é praticar alguma coisa. Todos os dias praticamos algo. Nossa vida espiritual não é diferente disso. Vejamos quais tipos de lições podemos tirar dessas considerações.
3.1 Um tipo de transtorno
Acredito que pensar não seja um forte pra muita gente. Há muitos transtornos relacionados à aprendizagem e aquisição de leitura (o que acaba causando um tipo de transtorno de aprendizado, gerando uma espécie de analfabeto chamado funcional, quando não consegue sequer interpretar o que lê). Na Igreja temos muitos assim, e infelizmente, muitas pessoas dizem que a Bíblia é difícil de entender e que por isso não conseguem ler a Bíblia. Não vou culpar a mídia, nem a tecnologia. Pra mim, a pessoa precisa se esforçar. Eu conheci muitas pessoas que nunca foram à escola e aprenderam a ler por causa da vontade de ler a Bíblia. Essas pessoas só leem a Bíblia. Mas buscaram do Senhor entendimento para ler a Palavra. Jesus disse que as verdades foram reveladas aos simples, aos pobres, por isso que Jesus falava por parábolas, exemplificando com coisas do dia a dia as verdades que ele pregava. Não acredito que Deus diria algo impossível de ser aprendido por quem quer que seja se essa não for a vontade dele. Muitas vezes Jesus pregava e dizia que Deus havia cegado o entendimento para que aquelas pessoas não entendessem a mensagem. Havia um propósito ali. E hoje, como disse o irmão de Jesus, Tiago, em sua epístola, se alguém deseja sabedoria peça-a a Deus. Podemos destruir todo tipo de transtorno de aprendizado, caso nos acheguemos a Deus e peçamos sua misericórdia.
3.2 O que é nomofobia
Willian Powers escreveu um livro em 2012 intitulado: O BlackBerry de Hamlet: filosofia prática para viver bem na era digital, no qual ele traz algumas questões práticas para as pessoas que apresentam algum tipo de fobia, medo, de ficar sem seus aparelhos de celulares, sem tablet. Dentre os questionamentos ele diz: "O seu tempo diante da tela o ajuda a trabalhar e a pensar melhor?; Estreita os laços com seus amigos? Ajuda a encontrar aquele distanciamento e aquele espaço tão necessários? Suas explorações enriquecem sua compreensão do mundo [e eu acrescento nessa questão: Suas explorações enriquecem sua vida espiritual? De alguma forma elas glorificam a Deus?]; Você sai em estado de espírito melhor do que entrou?". Acredito que todos temos a capacidade de responder a essas questões sinceramente. Desse modo, podemos compreender nossas afinidades com a tecnologia sem sermos nomofóbicos.
3.3 Buscando o ponto de equilíbrio
O ponto de equilíbrio. Aqui também me faz lembrar da pessoa sóbria. Ser sóbrio em questões ajuda a pensar melhor. Ser sóbrio na vida, ajuda a não esquecer a justiça e a praticá-la melhor. Ser sóbrio nos relacionamentos nos ajuda a amar melhor, apesar dos erros, apesar de nós mesmos. Nós amamos, isto é, temos a capacidade de amar, porque Deus amou primeiro. Somos objetos do amor de Deus. Então, façamos do próximo objeto de nosso amor. Pratiquemos o amor. Quem não consegue se edificar nem edificar o próximo por meio das tecnologias, é melhor que viva sem elas. Jesus disse que é melhor arrancar o olho direito se este nos escandalizar; é melhor arrancar a mão direita se esta nos escandalizar e entrar cego de um olho ou coxo de uma mão no Reino do que perecer tendo os dois olhos ou as duas mãos. Não deixe que as coisas que te afastam do Senhor sejam mais fortes do que você. Tenha domínio próprio. TENHA A TEMPERANÇA: FRUTO DO ESPÍRITO SANTO. Deixe-se frutificar para a glória de Deus.
Deus abençoe sua vida.
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