A viva esperança!
Meu coração nesta tarde arde com um imenso desejo de deixar mais uma breve palavra registrada sobre a grandeza de Deus. Não me canso de dizer o quanto é maravilhoso estar na presença de Deus e desfrutar de suas ricas e igualmente maravilhosas bênçãos. Não me cansaria jamais de passar a eternidade aos pés do Senhor dizendo: Santo! Santo! Santo! Santo! É o Senhor dos Exércitos. Toda a terra está cheia da Sua glória. Porque, uma eternidade na presença do Santo de Israel é mais do que um simples mortal possa desejar.
Lendo as páginas do livro Palavras de consolo para o coração de Susannah Thompson Spurgeon, deparei-me com a seguinte afirmação: "A fé no Senhor Jesus despe a alma dos seus trapos imundos e a envolve no manto glorioso e inestimável da justiça do Salvador; e vestida deste modo, fica fácil ver que todos os que creem devem ser agradáveis ao Pai". É preciso despir-se, para depois vestir-se.
Quando o homem foi criado, ele e sua mulher estavam nus e não se envergonhavam. Não precisavam de roupas, porquanto não conheciam a maldade, nem o pecado, nem a cobiça, nem a concupiscência, nem coisas do gênero. Depois do pecado, fizeram para si aventais com folhas de figueira (Gn 3:7). Na Bíblia, a figueira significa a nação de Israel (Mt 24:32; Mc 13:28) e também simboliza a Lei. Ela é símbolo de riqueza e delícias (Os 9:10; Jl 2:22, Mq 4:4; Na 3:12). Provérbio 27:18 diz: "O que cuida da
figueira comerá do seu fruto; e o que atenta para o seu senhor será honrado". Em um episódio em que Jesus saía para a cidade de Betânia, avistou uma figueira com folhas [quando a figueira está coberta de folhas, ela está anunciando que possui fruto, mas essa figueira estava mentindo], mas não achando nela senão folhas, amaldiçoou-a e ela secou-se (Mc 11:13). Lucas 13:5-9 narra a parábola da figueira infrutífera no meio de uma vinha. Três anos o senhor daquela vinha procurava na figueira fruto, mas só tinha folhas. Ainda estava de pé pela insistência do vinhateiro. Assim são muitas pessoas no meio dos salvos.
Deus não permitiu que Adão e Eva continuassem se cobrindo com aventais de folhas de figueira, mas fez-lhes túnicas de pele e os vestiu. Paulo escreveu aos Romanos 10:1-4: "Irmãos, o bom desejo do meu coração e a oração a Deus
por Israel é para sua salvação. Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus,
mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e
procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de
Deus. Porque o fim da lei é Cristo para justiça de todo
aquele que crê". A justiça de Deus é que pode nos cobrir toda a nudez. Para 'vestir' sua Justiça, precisamos nos despir dos trapos de imundícia, dos aventais de folhas de figueira [isto é, de nossa própria justiça]. Nada do que eu fizer poderá esconder a vergonha de haver pecado contra Deus. Mas o que Ele fez, me livrou do poder da Lei e do pecado, isto é, a sua Justiça me livrou da condenação eterna.
Algumas pessoas ainda tentam, sem entendimento, ter zelo de Deus. Entretanto, não conhecem a justiça de Deus e procuram por seus próprios meios serem aceitos por Deus. Isso é impossível. Mas para Deus todas as coisas são possíveis, uma vez que, não fomos nós que o amamos enquanto ainda mortos nos nossos delitos e pecados, porque nem em sonhos poderíamos conhecer tão grande amor. Mas Deus nos amou nessa condição em que nos encontrávamos. Deus nos amou, estando nós ainda mortos em nossos delitos e pecados. Ele veio, nos deu novas vestes, de justiça e glória (Ap 3:5).
Temos em nós essa viva esperança: um descanso! "Esse descanso é para o povo de
Deus graças à certeza, ou apenas graças à possibilidade? [...] A promessa é
para os crentes, e eles podem saber (embora de forma imperfeita) que são esse
povo; apesar de haver a condição de superar, de permanecer em Cristo e de
resistir até o fim, ainda que essa condição tenha sido totalmente prometida,
ela ainda continua absolutamente certa por causa da promessa. [...] Embora o
propósito eterno de Deus não nos dê nenhum direito ao benefício, [...] ainda
assim o evento, ou o desfrutar dele, é certo graças ao decreto imutável de
Deus, ao seu desejo eterno de que assim fosse, ao fato de ele ser a causa
primeira e infalível que, no devido tempo, isso se realizará, ou resultará. (Richard Baxter autor do livro: O descanso eterno dos santos).
Faço coro com o amado irmão Baxter e digo que nosso descanso é Deus, porque "O
principal pecado para a condenação é tornar qualquer outra coisa, que não Deus,
nosso fim ou nosso descanso. E o primeiro verdadeiro ato salvador é escolher
apenas Deus como nosso fim e felicidade".
Deus abençoe sua vida.
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