Ilusão Social
Não basta socializar a propriedade para que haja mudança ou transformação na sociedade. (Marilena Chauí). Acredito também que não basta elevar o status de um grupo social em detrimento de outro porque isso não significaria justiça social. Desde que existe sociedade, existem conflitos e estes, por sua vez, geram batalhas, desavenças e, por fim, guerras. O homem é um ser complexo e muitas vezes não aceita o conselho externo, se este absolutamente não o apóia em sua decisão. Vejamos um exemplo concreto. A Bíblia diz que a Adão e Eva nasceram Abel, Caim e Sete. Abel foi pastor de ovelhas e Caim lavrador, e trouxe ao Senhor uma oferta do fruto da terra. Abel também ofereceu uma oferta ao Senhor do seu rebanho: dos primogênitos das ovelhas. (Gn 4:1-7).
Como o desejo de todo ser humano é ser aceito, tendo o Senhor atentado para a oferta de Abel e rejeitado a oferta de Caim, este irou-se contra aquele e o matou. Mas antes de matar seu irmão Abel, Caim ouviu de Deus um conselho: "Se fizeres bem, não haverá aceitação para ti?" (Gn 4:7a). Caim não se importou e matou seu irmão assim mesmo. O sentimento de inveja trouxe uma grande desgraça para a família toda. Caim não suportou ser desprezado por Deus. Mas, então, Caim não deveria ter se irado contra Deus? Porventura não foi Deus que o rejeitou? Entretanto, a inveja e a ira de Caim foi contra alguém que não havia cometido pecado algum contra ele.
Há um sistema repleto de injustiças no mundo, no entanto, as pessoas voltam-se umas contra as outras, como se fossem inimigas e que, para serem 'aceitas', devem destruir o outro senão sou destruído ou não haverá aceitação para mim. E o núcleo de todo problema social é: faço parte desse grupo, mas aquele é privilegiado. Então vou destruí-lo, aniquilá-lo para que o meu grupo seja aceito e tenha mais privilégios. Não é este o cerne de muitos discursos e debates? A equidade está longe de ser o alvo de qualquer disputa. Todos querem subjugar o outro. Precisamos pensar que todos somos fruto de um sistema sócio-político, religioso, moral, econômico etc. E um desses sistemas se beneficiam com as disputas sociais. Na África, diversos conflitos têm exterminado grupos inteiros, etnias inteiras. Em favor de quem?
Caim ganhou o quê matando Abel? Nós ganharemos o quê devorando o outro como animais sem razão alguma? Hoje a sociedade se impõe contra tudo o que diz respeito aos princípios bíblicos, mas eles são estabelecidos por Deus. Deus é quem decide a quem amar, a quem aceitar, a quem estender a sua mão. Embora o julgamento divino no exemplo acima tenha sido sobre a oferta que cada um fez para Deus, Caim levou para o lado pessoal. Deus não faz acepção de pessoas. "Se procederes bem". Aqui é pra qualquer pessoa que não pensa somente em si mesmo, mas também no direito que o outro tem de viver.
O discurso feminista diz que a mulher é quem deve subjugar o homem. Não há disputa pela equidade de direitos. Se existir é só no papel, porque na verdade, um quer estar na posição de comando. O discurso político democrático diz que os direitos são para todos, mas as injustiças sociais demonstram que isso é só no papel, porque o governo não é para o povo, mas para o privilégio da minoria dominante. A política no Brasil dá nojo em qualquer ser racional. Sua aplicação então, nem se fala. No discurso de gênero a histeria é maior ainda. A perda de identidade é tão grande que a gente se identifica com o grupo bastando eu achar que sou daquele grupo. Ou seja, ninguém é homem ou mulher, mas escolhe o que quer ser. Gente, diz pra uma planta que ela é um cachorro e comece a tratá-la como se fosse cachorro. Ela nunca vai ser animal, por mais que você coloque uma coleira nela. Homem foi criado macho e mulher, fêmea. Por mais que eu, nascida mulher, ache que sou homem, jamais serei macho, mesmo tendo corpo 'parecido' com o corpo masculino.
Essas ideologias fazem parte da complexidade interior de cada pessoa. Querer impor pela força é ditadura. Não é normal, é loucura. Mas nós que somos cristãos não podemos agir como Caim, senão aceitar o conselho divino em proceder bem. A luta deles é contra nós, os cristãos, contra o que acreditamos, contra quem acreditamos. Não se trata apenas de escolher a quem amar. O discurso é mais perverso. Porque querem perverter os costumes, a moral e as leis estabelecidas por Deus, pela força. Ferindo princípios bíblicos e constitucionais. Se a constituição é injusta e exclui o discurso ideologista, é porque ideais não são compartilhados por todos. Então a ideia de rejeição mencionada inicialmente, permanecerá de um modo ou de outro. Favorecendo umas ideias, outras deverão ser sucumbidas.
E o cerne da questão continuará sendo, quem domina quem. E, de antemão eu digo, que nós os cristãos, aqueles que realmente são escolhidos por Deus, continuaremos defendendo a Bíblia, os princípios bíblicos em detrimento de qualquer constituição ou lei previamente estabelecida. Nossa lei maior foi proposta por Deus. E digo mais, com essa atitude, não excluímos do nosso grupo religioso os ideologistas, mas suas práticas, sim. Porque Deus não nos manda julgar a árvore, mas o fruto. Se vamos a uma feira, separamos as melhores maçãs para levarmos pra casa. Rejeitando as podres, não significa que cortamos alguma macieira. Aqui falamos de ações e condutas. Essa é a diferença do que fazemos para depois não nos acusarem de preconceituosos, excludentes e coisas do gênero.
Deus abençoe sua vida.
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