O Fruto do Espírito como expressão do Caráter de Cristo em nós

"Mas o fruto do Espírito é caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei". Gl 5:22-23.

O fruto do Espírito é a expressão máxima do caráter de Cristo no cotidiano do autêntico cristão. Texto de referência: Gálatas 5:16-26. Lição 11 da revista sobre Maturidade Cristã da CPAD do primeiro trimestre de 1994, comentada por Elienai Cabral. 

Introdução: A linguagem bíblica apresenta uma das figuras mais belas sobre o caráter cristão, representada pela metáfora do "fruto do Espírito". Jesus é a sua expressão máxima. Ele é o exemplo perfeito. Seu caráter é uma demonstração infalível, para que o imitemos (I Jo 2:6; I Pe 2:21). Nesta lição, estudaremos as qualidades que permeiam a vida do cristão. São virtudes que equilibram todas as suas forças vitais, quanto ao seu relacionamento com Deus, com o próximo e consigo mesmo. 

Os tópicos comentados são:

I. A Igreja, um jardim fechado. Um local com árvores frutíferas, flores e frutos, a imagem de um pomar onde só o rei e seus convidados especiais poderiam usufruir. Nele não se admite ervas daninhas e nem espinhos.

II.Os aromas do jardim 

2.1. O bom cheiro de Cristo. No jardim estão os perfumes e as especiarias que produzem o bom cheiro de Cristo. A influência do caráter dele em nós.

2.2. Sol, vento, chuva e orvalho. Tipificam a frutificação no jardim. Deus é um sol (Sl 84:11), cujos raios e luzes fertilizam, aquecem e embelezam a terra dos nossos corações. Jesus é o sol da justiça (Mt 4:2) cujo brilho rejuvenesce nossa vida. A chuva é enviada como promessa de Deus para nós (Jl 2:23,24). Não há como frutificar sem água. Só mediante o derramamento do Espírito, em forma de chuva, há quebrantamento dos torrões carnais e emocionais e amolecimento acessível para a semeadura e a frutificação. O orvalho é a providência de Deus para os períodos entre as chuvas. Precisamos desse orvalho espiritual para produzirmos o fruto do Espírito. O vento simboliza a ação do Espírito Santo sobre nós. Os aromas se espalham por seu intermédio. É também o hálito do Senhor que promove a fragrância espiritual, em atos e palavras da vida cotidiana dos cristãos.

III. A terra que produz o fruto do Espírito. Como jardim do Senhor, individualmente, somos também plantas que produzem o fruto do Espírito. Nesse tópico é acrescentada a "Parábola do Semeador" (vide também um estudo com esse título nesse blog):

3.1. Pé do caminho.
3.2. Pedregais.
3.3. Entre os espinhos.
3.4. Boa terra.

IV. Produzindo o fruto do Espírito. É apenas um fruto que se manifesta de maneiras distintas, demonstrando a unidade espiritual. O fruto do Espírito é a essência do caráter de Cristo em nós.

V. A Tríplice relação do fruto do Espírito. com Deus, com o próximo, consigo mesmo. 

5.1. A relação com Deus manifesta-se em "amor, gozo e paz". O amor (I Jo 4:8) - não se trata de sentimentos ou afetos humanos. Ele é o vínculo da perfeição e a maior das virtudes cristãs (I Co 13:13; Cl 3:14). O amor como fruto do Espírito provém de Deus e é exercido pelo coração e pela mente, englobando sentimentos e vontade. O gozo do Espírito é aquela alegria que nos inspira a viver, a andar e a realizar a obra de Deus. E se estabelece não importando as circunstâncias, porque é uma alegria que nos faz superar as dificuldades, com confiança na vitória (Fp 3:1; 4:4). A paz é a que o mundo não possui e nem conhece. É anelada pelo coração humano, mas só é possível tê-la em Cristo Jesus. Ela só atua onde os instintos humanos são eliminados. A paz do Espírito vem de uma total independência das coisas materiais. Significa ser totalmente livre das influências do mundo. A paz do Espírito descreve a serenidade, a tranquilidade e o perfeito contentamento da vida (Is 32:17). É ter a mente confiante no Senhor (Fp 4:7).

5.2. A relação com o próximo manifesta-se em "longanimidade, benignidade e bondade". A longanimidade expressa o comportamento em relação ao próximo que nos ofendem ou se tornam desagradáveis. Significa ter paciência que suporta a falta de cortesia e de amabilidade por parte dos outros. É tomar uma atitude que se nega a devolver uma ofensa na mesma moeda. A benignidade é ir além da tolerância de não desejar o mal a ninguém, e da benevolência de querer o bem a todos. Significa gentileza, doçura de temperamento sobretudo com as pessoas simples (II Co 6:6). A bondade é a expressão máxima do amor cristão, pois brota do coração. Ela é a verdadeira prática do bem. É o amor em ação (Gl 6:10).

5.3. A relação consigo mesmo manifesta-se em "fé, mansidão e temperança". A fé aqui está no sentido de fidelidade, lealdade. Ela procede de Deus e torna o cristão capaz de manter-se fiel ao Senhor em qualquer circunstância. O Senhor produz em nós a fidelidade ( Lm 3:22,23; Sl 36:5; 89:1,2,5,24,33; 92:2). O cristão descobre pela experiência que possui esta qualidade do Espírito quando é desafiado à infidelidade. Mansidão se opõe ao orgulho, à belicosidade. Significa placidez, modéstia. É um termo que contrasta com a soberba (Ec 10:14; Is 26:6). Geralmente, a mansidão aparece junto com o amor (I Co 4:21). Ela se refere àquela serenidade ou atitude interior do cristão, no modo de agir e de reagir às circunstâncias ou situações adversas. Temperança quer dizer autocontrole, domínio próprio. Segundo o dicionário, significa uma virtude cardinal que nos induz a refrear a sensualidade e a usar todas as coisas com moderação. Significa também sobriedade e continência. É uma qualidade do Espírito que todo cristão precisa cultivar e obter (I Co 9:25; II Pe 1:6).

Deus abençoe sua vida.

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