Jesus venceu a tentação e o tentador

4ª Lição da EBD Betel

Texto Áureo: "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado". Hb 4:15



Verdade Aplicada Jesus obteve vitória decisiva na tentação no deserto. Do mesmo modo, o cristão deve vencer suas tentações.

Textos de Referência

Mt 4:1-4,11 "Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo Diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome. Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães. Mas Jesus lhe respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus. [...] Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram".

Introdução - Através da narrativa da tentação de Jesus no deserto, podemos entender como se caracteriza as investidas do diabo com o intuito de fazê-lo pecar e desviá-lo assim do plano divino. Veremos, porém, como Ele venceu.

Quando lemos a Bíblia, logo no início, vemos a primeira descrição de 'tentação'. Segundo o dicionário Ebenezer, tentação é a atração para fazer o mal por esperança de obter prazer ou lucro. Pode vir do tentador (Gn 3), ou de dentro do próprio homem (Tg 1:14-15). E segundo a Bíblia, ninguém é tentado acima das suas forças (1 Co 10:13: "Não vos sobreveio nenhuma tentação, senão humana; mas fiel é Deus, o qual não deixará que sejais tentados acima do que podeis resistir, antes com a tentação dará também o meio de saída, para que a possais suportar."). Jesus foi tentado e venceu, como veremos nesta lição, por essa razão ele pode nos socorrer quando somos tentados (Hb 2:18; 4:15). Devemos vigiar e orar para que não cedamos à tentação (Mt 6:13"e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém!"; 26:41) e também é nosso dever socorrer os que caem (Gl 6:1: "Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado").

O capítulo 3 de Gênesis descreve a queda do homem após ser tentado pelo diabo. Na tentação no Jardim podemos elencar alguns aspectos da tentação: a) a serpente fez com que Eva olhasse e desejasse o fruto proibido [o fruto era agradável à vista]. Com certeza ela já tinha visto diversas vezes, mas como sabia que não deveria comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, ela não o desejou, até que a serpente chamasse sua atenção para o fruto; b) a serpente fez com que Eva desejasse ver ou conhecer o que supostamente Deus escondera dela e de Adão [a árvore era boa para dar entendimento]; c) Eva não confiou na bondade de Deus [quis ser 'como Deus']; d) Eva acreditou na mentira da serpente e ignorou o que Deus havia predito [certamente (não) morrerás];  e) Eva cedeu ao apetite físico, desprezando todas as bênçãos que desfrutavam no Jardim; f) desejou o belo aparentemente; g) Eva cobiçou uma sabedoria que Deus não tinha a intenção de revelar-lhes.

A tentação de Jesus foi bastante sutil e muitas pessoas não teriam percebido nenhuma maldade no fato de Jesus ter transformado pedra em pães para se alimentar, já que estava a quarenta dias sem comer e nem beber, e mais, a Bíblia diz claramente que depois desse período, teve fome. Ele poderia ter saciado sua fome. Mas o problema é que Jesus não estava disposto a ceder às tentações do diabo. 'Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus'.

Quando o homem foi criado, recebeu de Deus o sopro em suas narinas e tornou-se 'alma vivente'. Depois da queda, a morte foi introduzida no mundo, pela desobediência. Agora a vida do homem tornou-se dependente de algo mais: da Palavra que sai da boca de Deus, pela obediência.

Tiago 1:14,15 fala de outro tipo de tentação: humana "Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência; então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte". Até o pecado 'nascer', houve uma sementinha chamada cobiça [dos olhos, da carne] que o antecedeu. Há pessoas que não pecam por absoluta falta de oportunidade, porque os olhos estão cheios de cobiça. Por isso a Palavra de Deus diz que o Espírito milita contra a carne e a carne milita contra o Espírito. Mas, ao ser tentado, o homem deve resistir à tentação para não cair na condenação do diabo (I Tm 3:6).

1. Conduzido à tentação - Depois de receber o batismo de João, cumprindo assim a justiça de Deus, Jesus foi conduzido a preparar-se para o Seu ministério público. Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo. Muita gente pode cogitar consigo mesmo: 'mas Ele era Deus!'. De fato. Mas também era 100% humano. Isso significa que sofria as mesmas necessidades físicas e psicológicas de auto-satisfação. O ato de comer, por exemplo, não é pecado. Jesus sentiu fome. Satisfazer a fome talvez seja um dos mais primitivos desejos. Não é pecado comer, a não ser que a pessoa pratique a gula. Mas o ato em si não é pecado. Jesus poderia ter transformado pedra em pães, mas esse ato não significaria apenas uma auto-satisfação do corpo. Para viver o homem não precisa só de pão, mas sim de toda a Palavra que sai da boca de Deus.

1.1. Local da tentação - Deserto foi o local que separava o povo de Deus que estava no Egito [o mundo] da terra prometida [Canaã Celestial]. Para chegar em Canaã o povo deveria passar pelo deserto. Uma jornada inicial de 40 dias, mas que culminou em um ano por dia por causa da dureza dos corações. Muitas vezes, nossa atitude diante das provações no deserto definirá o tempo de nossa prova. Deserto fala da ausência, ou escassez, de pão e de água [necessidades básicas de todo ser vivente]. Deserto fala de sol causticante, perigos constantes [tempestades, serpentes] e inimigos também. Deserto fala de solidão. Entretanto, deserto é o local onde as maravilhas de Deus podem ser muito mais visíveis. Quem não daria valor a um simples copo de água se estivesse no deserto? Quem não daria valor a um pedaço de pão no deserto? Mas muitas vezes as pessoas trocam o manancial de águas vivas [Deus] por cisternas rotas [que não retêm água]. Ou o Verdadeiro pão dos Céus [Cristo], por um pedaço de carne ainda que sob a dura servidão egípcia. É disso que a Bíblia fala sobre resistir a tentação, que significa, principalmente, ter em vista algo muito mais precioso do que um instante de prazer (Hb 11:24,25: "Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter por algum tempo o gozo do pecado"). Qual o propósito do deserto? Testar a nossa fé em Deus. Por exemplo: o povo de Deus estava no deserto, mas dizia ao povo: o Maná deve ser recolhido para apenas um dia. O povo deveria confiar que no dia seguinte haveria novamente o Maná. Em João 6:35 está registrado: "Declarou-lhes Jesus. Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim, de modo algum terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede". Não importa o deserto que devemos passar, se Jesus estiver conosco, não teremos fome e nem sede, porque está escrito.

1.2. Tentação e tentador - A Bíblia diz que homem algum é tentado por Deus (Tg 1:13). Embora em todo o momento a tentação sirva para testar a nossa fé. Jesus não tinha fé? Claro que sim. Havia um propósito na tentação de Jesus pelo diabo: mostrar-nos que não é impossível, mesmo tendo passado 40 dias e 40 noites sem comer e beber, resistir à tentação de comer. Satanás poderia ter oferecido um banquete pronto. Só que ele sabia que Jesus é Deus. O que está em jogo aqui não é o pão em si, mas o ato de realizar um milagre para a satisfação própria. Jesus poderia ter dito: "Olha Satanás, eu posso transformar a pedra em pão, mas não vou fazê-lo, porque a vida não depende só de pão, mas de toda a Palavra que sai da boca de Deus". Jesus nem quis mostrar que podia, mas que sabia que estava escrito, e isso era suficiente para mantê-lo fiel ao Pai. Jesus resistiu às investidas do diabo de fazê-lo pecar contra Deus, por isso pode nos ajudar nas nossas tentações. Está escrito: Hb 2:18: "Porque naquilo que ele mesmo, sendo tentado, padeceu, pode socorrer aos que são tentados". 

1.3. Instrumentos da tentação - Satanás conhece o poder de Deus. Ele conhece as Escrituras e conhece a História. Nós devemos ter cautela, porque o diabo é astuto e é nosso adversário. Algumas pessoas acreditam em determinadas profecias porque 'o profeta não sabe nada da minha vida'. Mas o diabo conhece nossa vida, sabe até o que nossos olhos e nossa carne cobiça. Embora não seja onisciente como Deus, ele tem a seu serviço muitos demônios [anjos caídos, criaturas das trevas] em toda a parte. Então, conhecendo nossas fraquezas, conhecendo até mesmo o plano de Deus para nós, ele [o diabo] usará alguma coisa como isca ["Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência" (Tg 1:14)] para fisgar a nossa vida. A Bíblia diz que ele anda em nosso derredor, bramando como um Leão, buscando a quem possa tragar: "Sede sóbrios, vigiai. O vosso adversário, o Diabo, anda em derredor, rugindo como leão, e procurando a quem possa tragar" (1 Pe 5:8). Sejamos, pois sóbrios e vigilantes! Não subestimando a força de nosso adversário, e, principalmente, temendo a Deus. A nossa fidelidade deve ser para com Deus.

2. Esferas da tentação - Não se deve confundir tentação com pecaminosidade. Ser tentado não é pecar, pois, caso fosse assim, Jesus teria pecado, mas não foi isso que aconteceu.

2.1. Carências de natureza física - Sentir fome, sede, necessidade de afeto, desejos íntimos, nada disso é pecado. Mas o modo como satisfazemos esses nossos apetites pode nos lançar no inferno. Jesus estava com fome, mas não queria realizar um sinal de maravilhas apenas para satisfazer sua necessidade. Aqui entram diversas questões de cunho ético-espiritual. Por exemplo: 1) as músicas gospel atuais são feitas de 'chavões' e têm o homem e suas necessidades de realização pessoais acima do próprio Senhor Jesus Cristo. O centro das canções é o homem e não Deus. As pessoas gostam e cantam dizendo: 'vou louvar o Senhor com esta canção'. Nem sequer sabem ou procuram saber o que é louvar. Se eu louvo o Senhor, então a glória é dele. Deus deixaria de ser um mero expectador ou, no máximo, alguém que está ali só pro nosso prazer e satisfação. Isso é satânico e diabólico. Digo sem medo de errar. O maior pecado cometido contra Deus e que penetrou a essência, a natureza humana, tinha como força motriz o desejo de ser "como Deus". Então o homem, a criatura, acha que todo o universo é para a nossa satisfação pessoal. Ledo engano. Todo propósito eterno busca a glória de Deus. Não a nossa. 2) Os shows gospel têm por objetivo o lucro e não a mensagem da cruz. Se as pessoas fizessem apresentações tendo como propósito levar a mensagem da cruz não cobrariam para levar essa Palavra que nos foi enviada gratuitamente. Há muitos cantores que gravam música gospel porque sabem que é um campo fértil, um público fiel e fácil de ser enganado. Por isso Jesus nos considera 'ovelhas' e não 'raposas'. 3) As pessoas querem ser grandes e se esquecem que fomos chamados para sermos 'servos'. É um paradoxo. Ser servo nunca teve conotação ou como sentido implícito ou explícito ser grande. Grande é o Senhor.
Vivemos atualmente a era dos holofotes, da mídia, da velocidade da informação. Todos querem aparecer. Isso para os que são do mundo é normal, mas para um cristão é inaceitável. Nenhuma estrela, por maior que seja e por mais intenso brilho que tenha, consegue aparecer quando há sol. Jesus é o Sol da Justiça (Ml 4:2). Nós somos luz e só podemos ser manifestos nas trevas. A luz deve brilhar nas trevas. Usar o nome de Jesus em benefício próprio é cair nas astutas ciladas do diabo. Como corpo de Cristo, só temos função se estivermos ligados nEle. A mão fora do corpo está morta, o olho fora do corpo não tem vida própria. Nós também tudo o que fizermos deve ser buscar revelar o amor de Deus ao mundo, a Justiça de Deus cumprida em Cristo Jesus, o plano da Salvação revelado na Bíblia, o Juízo de Deus sobre a desobediência. Nada, nada buscando para proveito próprio, a não ser para o crescimento do corpo e para a glória daquele que nos comissionou. Satisfazer a mais simples carência humana não é pecado, mas até mesmo isso deve ser feito para a glória de Deus ("Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz. E quem come, para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come, para o Senhor não come, e dá graças a Deus" (Rm 14:6).

2.2. Prazer nas coisas religiosas - Jesus foi levado pelo diabo ao pináculo do templo, na Cidade Santa. Satanás é tão astuto que cita as Escrituras Sagradas: "e disse-lhe: Se tu és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e: eles te susterão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra" (Mt 4:6). É verdade o que o diabo disse ao Senhor Jesus. Mas também é verdade que "Replicou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus" (v. 7). Tiago 1:13 diz: "Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta". Há pessoas que leem a Bíblia, estudam-na, simplesmente para refutar suas palavras. Usam trechos isolados para justificarem comportamentos mundanos. Usam a própria Bíblia para prevaricarem contra Deus. Isso é ser como o diabo, colocando tropeços para fazer desviar da verdade alguém que caminha pelo caminho da Verdade: "E [infelizmente] muitos seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será blasfemado o caminho da verdade; também, movidos pela ganância, e com palavras fingidas, eles farão de vós negócio; a condenação dos quais já de largo tempo não tarda e a sua destruição não dormita". 2 Pe 2:2-3. 


2.3. Ambição pelo poder - Os judeus achavam que, por serem judeus, o povo escolhido por Deus, não seriam de modo algum castigado. Eles sofreram com isso. E a Bíblia diz: "Havendo alguém rejeitado a lei de Moisés, morre sem misericórdia, pela palavra de duas ou três testemunhas; de quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do pacto, com que foi santificado, e ultrajar ao Espírito da graça?" Pra nós, a Igreja, se não andarmos na luz como Cristo na luz está, teremos maior rigor no julgamento divino. "Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que creem para a conservação da alma". Hb 10:28,29,39.

Infelizmente, há no meio cristão uma banalização da graça e do pecado. As pessoas acreditam piamente que por estarmos no tempo da graça, podemos viver de qualquer maneira, praticar qualquer pecado e não seremos punidos, por causa da graça. E é justamente disso que falam os versículos acima. Por essa razão, por acreditarem nessas mentiras diabólicas é que muitos se escandalizam em Cristo. As nossas obras não são, nem de longe, parecidas com as do nosso Mestre e Senhor. "Façais vós também". Ao invés disso, muitos líderes gananciosos fazem do povo de Deus negócio (2 Pe 2:3). Não se contentam apenas em 'tosquiar as ovelhas', 'comer a sua gordura e a sua carne', mas também as vendem por preço. São, por isso mesmo, chamados de mercenários pelas Escrituras Sagradas. Além disso, se embaraçam nas coisas do mundo [tornam-se líderes políticos], e não dão testemunho sequer que conhecem a Palavra de Deus. Se corrompem por causa do poder. Jesus nos deu exemplo que não tentar a Deus é um caminho sobremodo excelente (I Co 12:31).

Sua última tentação foi em relação às riquezas, às glórias do mundo: "Novamente o Diabo o levou a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles; e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares. Então ordenou-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás. Então o Diabo o deixou; e eis que vieram os anjos e o serviram". Mt 4:8-11. Quantas pessoas não dariam o próprio sangue [alma] em troca de uma proposta dessa. Outras por um mero 'prato de lentilhas' trocam sua bênção [levianos]; outras ainda preferem a glória passageira do que a eterna, porque não acreditam que o Maná cairá todos os dias. E que a glória futura, que Deus preparou para quem o ama, nunca subiu ao coração humano, olho nenhum viu nem ouvido ouviu acerca dela (1 Co 2:9).

3. O triunfo sobre a tentação - ser tentado não significa pecar contra Deus, mas sim um estado incômodo que precisa ser vencido. A seguir, veremos que os passos que conduziram a Jesus à vitória foram descritos por Tiago (Tg 4:7: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós").

3.1. Sujeitando-se a Deus - o vocábulo sujeitar-se significa ser dominado, dar o poder de dominar a alguém (Hb 2:5,8) e conformar-se (Gn 49:15) e obedecer (2 Sm 22:45; Ef 5:21-24). O homem nunca vai ser feliz tendo em suas mãos o governo de sua própria vida. Antes, entregando esse governo a Deus, o homem terá toda a felicidade, porque Deus é fiel. Ele fará cair o Maná todos os dias. Não ficaremos um dia sequer sem pão. Em Hb 2:5,9,10 diz: "Porque não foi aos anjos que Deus sujeitou o mundo vindouro, de que falamos. Vemos, porém, aquele que foi feito um pouco menor que os anjos, Jesus, coroado de glória e honra, por causa da paixão e morte, para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos. Porque convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e por meio de quem tudo existe, em trazendo muitos filhos à glória, aperfeiçoasse pelos sofrimentos o autor da salvação deles".

Ninguém poderá resistir o diabo sem estar sujeito a Deus (Tg 4:7: "Sujeitai-vos, pois, a Deus; resisti ao Diabo, e ele fugirá de vós"). Se somos de Jesus Cristo, devemos estar sujeitos a Deus e vencer todas as tentações.

3.2. Resistindo ao diabo - O versículo anterior mostra a complementação de sujeitar-se a Deus: resistir ao diabo. A Bíblia diz: "Portanto tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, permanecer firmes". Há algumas etapas aqui. 1) sujeitar a Deus; 2) tomar a armadura de Deus; 3) resistir [ao diabo] no dia mau; 4) permanecer firme. Todo cristão sabe que não há maneira de sujeitar-se a Deus sem primeiro conhecê-Lo. E para conhecê-Lo temos que ler a Bíblia. Não há como nos tornar um soldado equipado para a guerra, com toda a armadura de Deus, sem termos conhecimento das Sagradas Escrituras. Se ofereço resistência é porque conheço meu adversário e sei que ele poderá me tocar se Deus assim lho permitir. E eu só conheço meu inimigo se ler a Bíblia. E, por fim, só posso permanecer firme depois de cumprir os passos anteriores. É por essa razão que tantas pessoas são tão fracas e estão sempre cambaleando, andando por dois caminhos, indecisos. Não conhecem e nem praticam a Verdade. Como, pois, resistirão ao Diabo? Na verdade, muitos nem sabem distinguir o que é de Deus e o que é do Diabo, porque a linha de separação entre luz e trevas para alguns não existe mais.

3.3. Ser servido pelos anjos - A Bíblia diz que depois de ser tentado, Jesus foi servido pelos anjos. Jesus foi tentado, mas não pecou. Ele não quis mostrar seu poder, Ele invocou o poder da Palavra de Deus. O fim da tentação de Jesus foi seguido por um banquete. Ele foi servido por seus anjos, aqueles que estavam diante dEle o tempo todo nos céus.

Jesus não precisava sofrer, mas ele quis sofrer; Ele não precisava provar a morte, mas para nos dar a vida, teve que primeiro morrer; Ele não precisava ser humilhado, mas a Palavra diz que aquele que se humilha será exaltado. E Deus lhe exaltou soberanamente e lhe deu um nome sobre todo o nome (Fp 2:9). E seu nome será confessado por todos. E diante dele todo joelho se dobrará. Aleluia! Eu quero ser uma das primeiras pessoas que se dobrarão diante daquele que vive e reina eternamente: Jesus. Amém!. Porque diante dEle me calo, me prosto e me rendo todos os dias.

Conclusão - Ao longo da narrativa do livro de Mateus, vemos como Jesus venceu o tentador, deixando-nos o Seu exemplo. O tentador procurou desviá-lo do propósito divino da redenção, mas Ele o venceu, permanecendo irredutível até chegar a cruz e descer ao inferno, mas Deus o exaltou soberanamente.

Deus abençoe sua vida.


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