Mateus: o evangelho do Reino
Lição 1 da EBD Revista Betel.
Texto Áureo: "E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e
curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo". (Mt 4:23).
Verdade Aplicada: O evangelho de Mateus [também chamado o Evangelho do Reino] demonstra que o Senhor Jesus é o Rei
prometido previsto no Antigo Testamento.
Textos de Referência: Mt 4:23-25: "E percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas suas
sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e
moléstias entre o povo. E a sua fama correu por toda a Síria, e traziam-lhe
todos os que padeciam, acometidos de várias enfermidades e tormentos, os
endemoninhados, os lunáticos, e os paralíticos, e ele os curava. E seguia-o uma grande
multidão da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judeia, e de além do
Jordão".
1. Quem foi Mateus? Tradicionalmente, Mateus é
o autor do primeiro evangelho do Novo Testamento, como se configura em nossas
bíblias. Seu nome significa “dom de Deus.” Ele foi cobrador de impostos antes
de se converter em discípulo do Senhor Jesus. Ele apresenta Jesus e Seus
discursos da maneira mais pedagógica possível. O seu evangelho é o Evangelho do
Reino dos Céus.
1.1. Mateus, um coletor de impostos - Mateus era publicano, um servidor público. um empregado do governo. Israel, nesta época, era dominada pelos Romanos.
Mateus era, então, um Judeu que trabalhava para uma nação gentia. Seu trabalho
era receber os impostos do povo na "alfândega" ou
"recebedoria" (Mt 2:14; Mc 2:14; Lc 5:27). Por Mateus trabalhar para
os Romanos ele era desprezado pelos judeus ortodoxos que ensinavam a separação
explícita dos gentios. Geralmente os publicanos estão associados com as pessoas
de baixa moral (Mt 9:10; 21:31).
1.2. Mateus, um dos doze discípulos - Mateus (Dom de Jeová) era chamado Levi (Mc 2:14), um dos doze apóstolos. O apóstolo Mateus era filho de Alfeu e
provavelmente irmão de Tiago, o menor (Lc 6:15). "Como morador de
Cafarnaum, Mateus teve repetidas oportunidades de ver os sinais que Jesus operou durante o tempo em que ministrou naquela relevante cidade da Galileia. É
provável que o impacto desse testemunho tenha contribuído para sua resoluta
decisão de abandonar tudo e seguir o Mestre, quando foi assim desafiado (Mt
9:9-15).
Ao contrário de alguns outros discípulos,
Mateus não havia sido seguidor de João Batista antes de sua vocação cristã e,
como é de se supor pela natureza da profissão que exercia, deve ter vivido uma
vida nada piedosa até então". (Doze homens, uma missão livro de Aramis C. deBarros - Ed. Luz e Vida).
1.3. Mateus, um evangelho precioso - Em Êxodo 26:31 diz: "Depois farás um véu de azul, e púrpura, e carmesim,
e de linho fino torcido; com querubins de obra prima se fará". Vide neste blog um estudo sobre o Tabernáculo. A cor púrpura é a cor da realeza. Mateus nos apresenta Jesus como o Filho de Davi, o Rei dos reis. Mateus mostra isso na genealogia de Jesus (Mt 1:1-17). Jesus Cristo é o Rei dos reis. Em Apocalipse Ele é como um Leão: "E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da
tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus
sete selos". Ap 5:5. Jesus venceu para abrir o livro e desatar os seus sete selos. Mateus nos apresenta esse Rei, a raiz de Davi, o Leão da Tribo de Judá.
2. As origens e o propósito do evangelho - As questões apresentadas a
seguir quanto ao Evangelho são esclarecedoras para o importante estudo das
Escrituras Sagradas. Veremos que, embora em nossas bíblias o evangelho de
Mateus seja o primeiro do Novo Testamento, ele não foi de fato o primeiro evangelho
a ser escrito.
2.1. Data - Segundo alguns estudiosos (Ref. Bíblia Plenitude, 2001), as evidências externas, como citações na literatura cristã do séc. I, testemunham desde cedo a existência e o uso de Mateus. Líderes da igreja dos séculos II e III geralmente concordavam que Mateus foi o primeiro Evangelho a ser escrito, e várias declarações em seus escritos indicam uma data entre 50 e 65 d.C. Entretanto, muitos eruditos modernos acreditam que tanto Mateus quanto Lucas basearam-se em Marcos para escrever seus evangelhos, e datam Mateus posteriormente. A tensão ininterrupta entre judeus e cristãos que é refletida no Evangelho sugere um período em que o Judaísmo e o Cristianismo ainda se sobrepunham.
2.2. Destinatários - É provável que tenha escrito aos judeus da Judeia. Mateus sabia que os judeus aguardavam ansiosamente a vinda do Redentor de Israel prometido desde o Antigo Testamento. Mateus apresenta Jesus como o Messias esperado.
2.3. O Propósito - Mateus apresenta Jesus também como Rei e o Filho de Davi [vide notas introdutórias à revista]. Nesse sentido, Jesus veio cumprir promessas feitas no Antigo Testamento. Com ele, a Lei ganhou um novo sentido ou interpretação e foi completada na pessoa de Jesus Cristo, em suas Palavras e Obras. Mateus fala acerca da transferência dos privilégios divinos do Reino de Deus para uma nova nação [Igreja Mt 21:43: "Portanto, eu vos digo que o reino de Deus vos será tirado, e
será dado a uma nação que dê os seus frutos"].
3. Características gerais do evangelho - Vimos o cuidado de Mateus
quanto a preservação dos fatos em torno da pessoa de Jesus. Mas, quem era Jesus
e o que pretendeu? Outrossim, o que se destaca mais no evangelho de Mateus em
relação a pessoa do Senhor Jesus? É o que veremos a seguir.
3.1. Contexto histórico original do evangelho - 'Evangelho' quer dizer 'boas novas'. No início da Era Cristã, as testemunhas oculares, isto é, os discípulos de Jesus anunciavam o Evangelho das Boas Novas trazidas por Jesus de boca a boca. Com o passar do tempo foi preciso, entretanto, registrar os acontecimentos por escrito. Naquela época, os cristãos estavam sendo perseguidos, o que nos mostra que as história do cristianismo na terra foi uma história escrita com sangue, inicialmente, com o sangue de Jesus. Há alguns livros que retratam a história dos cristãos desde o primeiro século. Um deles é "A História do Cristianismo: dos apóstolos do Senhor Jesus ao século XX" de A. Knigth e W. Anglin (1983, Editado pela CPAD). É um livro de fácil e rápida leitura. Há também o livro "História dos Hebreus" de Flávio Josefo que viveu no primeiro século da Era Cristã. Como era judeu, seu interesse em preservar detalhes da história, especialmente no seu período de vida, é espetacular. E ele escreveu uma obra com 1627 páginas ricas em detalhes. Vale a pena ler para entender o que aconteceu no período em que os discípulos iniciaram suas obras evangelísticas e missionárias.
3.2. A apresentação de Jesus - Este
Evangelho apresenta Jesus como o cumprimento de todas as expectativas e
esperanças messiânicas. Mateus estrutura cuidadosamente suas narrativas para
revelar Jesus como cumpridor de profecias específicas. Portanto, ele impregna
seu Evangelho tanto com citações quanto com alusões ao Antigo Testamento, introduzindo muitas
delas com a fórmula “para que se cumprisse”. No Evangelho. Jesus normalmente faz alusão a si mesmo como o Filho do Homem,
uma referência velada ao seu caráter messiânico (Dn 7.13,14). O termo não
somente permitiu a Jesus evitar mal-entendidos comuns originados de títulos
messiânicos populares, como possibilitou-lhe interpretar tanto sua missão de
redenção (como em 17.12,22; 20.28; 26.24) quanto seu retorno na glória (como em
13.41; 16.27; 19.28; 24.30,44; 26.64). O uso do título “Filho de Deus” por Mateus sublinha claramente a divindade de Jesus
( 1.23; 2.15; 3.17; 16.16). Como o Filho, Jesus tem um relacionamento direto e
sem mediação com o Pai (11.27). Mateus apresenta Jesus como o Senhor e Mestre da igreja, a nova comunidade, que é
chamada a viver nova ética do Reino dos céus. Jesus declara: “a igreja” como
seu instrumento selecionado para cumprir os objetivos de Deus na Terra (16.18;
18.15-20). O Evangelho de Mateus pode ter servido como manual de ensino para a
igreja antiga, incluindo a surpreendente Grande Comissão (28.12-20), que é a
garantia da presença viva de Jesus. (Comentário da Bíblia Plenitude já mencionada).
O livro de Mateus mostra Cristo como rei. Sua genealogia é traçada desde o Rei Davi; e o lugar do Seu nascimento, Belém, o lar de Davi, é enfatizado. Sete vezes, neste Evangelho, Cristo é chamado de "o filho de Davi" (1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30; 21.9; 22.42). Só em Mateus Cristo fala do "trono da sua glória" (19.28; 25.31). Além disto, apenas neste Evangelho Jerusalém é chamada de "cidade santa" (4.5) e de "a cidade do grande Rei" (5.35). Sendo o Evangelho do Rei, Mateus também é o Evangelho do reino; a palavra "reino" aprece mais de cinquenta vezes e a expressão "o reino dos céus", que não foi usada em nenhum outro lugar no Novo Testamento, aparece aqui cerca de trinta vezes. (Scofield).
Mateus, mais do que qualquer dos escritores dos Evangelhos identifica acontecimentos e pronunciamentos na vida do nosso Senhor com predições do Velho Testamento.
O livro de Mateus mostra Cristo como rei. Sua genealogia é traçada desde o Rei Davi; e o lugar do Seu nascimento, Belém, o lar de Davi, é enfatizado. Sete vezes, neste Evangelho, Cristo é chamado de "o filho de Davi" (1.1; 9.27; 12.23; 15.22; 20.30; 21.9; 22.42). Só em Mateus Cristo fala do "trono da sua glória" (19.28; 25.31). Além disto, apenas neste Evangelho Jerusalém é chamada de "cidade santa" (4.5) e de "a cidade do grande Rei" (5.35). Sendo o Evangelho do Rei, Mateus também é o Evangelho do reino; a palavra "reino" aprece mais de cinquenta vezes e a expressão "o reino dos céus", que não foi usada em nenhum outro lugar no Novo Testamento, aparece aqui cerca de trinta vezes. (Scofield).
Mateus, mais do que qualquer dos escritores dos Evangelhos identifica acontecimentos e pronunciamentos na vida do nosso Senhor com predições do Velho Testamento.
3.3. Questões escatológicas - Os capítulos 24 e 25 falam a respeito de questões dos últimos dias, mas também trata da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. quando da invasão do exército pelas mãos do general Tito (Mt 24:2). O versículo seguinte diz: "E, estando assentado no Monte
das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo:
Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim
do mundo?". Alguns estudiosos dividem em 3 seções essa prerrogativa: 1) quando serão essas coisas - significando o tempo presente, a destruição do templo, que ocorre 40 anos depois (Mt 24:34: Em verdade vos digo que não
passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam); 2) que sinal haverá da tua vinda - para todos os que acreditam e esperam, esta parte faz referência ao arrebatamento da Igreja de Jesus e 3) do fim do mundo - depois de cumpridas as profecias apocalípticas e, após o retorno de Jesus aos israelitas, haverá então o fim.
Conclusão - O Reino dos céus é apresentado por Mateus de forma surpreendentemente didática, convincente e com ampla aceitação. Sem dúvida, trouxe um grande legado não só para a cristandade, mas ao mundo inteiro onde o Evangelho chegou.
Conclusão - O Reino dos céus é apresentado por Mateus de forma surpreendentemente didática, convincente e com ampla aceitação. Sem dúvida, trouxe um grande legado não só para a cristandade, mas ao mundo inteiro onde o Evangelho chegou.
Deus abençoe sua vida.
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